Programas de TV, redes sociais, ‘santinhos’: quanto custou a campanha para prefeito em Ribeirão Preto em 2024


Despesas dos políticos chegaram a pelo menos R$ 7,7 milhões na campanha eleitoral de 2024. Prefeito eleito no segundo turno, Ricardo Silva (PSD) teve o maior orçamento. André Trindade (União); Roque (PT); Marco Aurélio (Novo); Ricardo Silva (PSD), candidatos à Prefeitura de Ribeirão Preto convidados para debate da EPTV
Divulgação
Os candidatos à Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) nas eleições municipais 2024 gastaram, juntos, pelo menos R$ 7,7 milhões na campanha, segundo dados atualizados até esta quarta-feira (27) da Justiça Eleitoral.
No primeiro turno, cada candidato tinha o limite de gastar R$ 3.702.434,22. Na segunda etapa, válida para Ricardo Silva e Marco Aurélio, os candidatos poderiam gastar mais R$ 1.480.973,69.
Os políticos que foram para o segundo turno tinham até 16 de novembro para finalizar a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enquanto os candidatos que disputaram apenas o primeiro turno tinham que entregar os documentos até o dia 5.
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O maior orçamento de campanha foi de Ricardo Silva (PSD), eleito no segundo turno, e o menor foi de Jorge Roque (PT). Entre os cinco políticos que participaram da corrida eleitoral, apenas Matheus Coelho (DC) não teve gastos de campanha.
Todos os dados são públicos e podem ser conferidos no site de divulgação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A contabilização feita pelo g1 levou em conta a somatória de tudo que foi lançado por cada candidato nas planilhas da seção “concentração de despesas” do site do tribunal e não meramente o valor total informado pelas candidaturas.
A prestação ainda deve ser processada pelo sistema e analisada pela Justiça Eleitoral.
Veja, abaixo, os orçamentos de campanha de cada candidato.

André Trindade
O candidato André Trindade (União) teve como maiores gastos a produção de materiais impressos e a produção de programas de rádio e TV.
A receita total dele foi de R$ 1,5 milhão, em sua maioria – 65% – do chamado Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FNFC), disponibilizado pelo Tesouro Nacional por cotas aos partidos políticos. O fundo partidário representou quase 20% das receitas. Outras fontes de recursos representam cerca de 15%.
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Marco Aurélio
Pelo candidato Marco Aurélio (Novo), as maiores despesas foram com serviços prestados por terceiros e publicidade por materiais impressos.
Ele teve uma receita total de R$ 1,6 milhão, em sua maioria obtida pela categoria “outros recursos”, com 65%. Fundos partidários representaram quase 30% e o Fundo Especial correspondeu a quase 5% do orçamento de campanha.
Jorge Roque
O candidato Jorge Roque concentrou a maior parte de suas despesas com produção de programas de TV e rádio, além de despesas com impulsionamento de conteúdos nas redes sociais.
Ao todo, ele teve uma receita disponível de R$ 692,3 mil, proveniente do Fundo Especial.
Ricardo Silva
Eleito no segundo turno, Ricardo Silva também direcionou a maioria de suas despesas com produção de programas de TV e rádio e impulsionamento de conteúdos nas redes sociais.
Com maior orçamento entre os candidatos, ele teve uma receita disponível de aproximadamente R$ 4 milhões, em sua maioria – quase 62% – proveniente da categoria “outros recursos”. Os demais 38% foram do Fundo Especial.
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Érico Andrade/g1
Gastos: de estratégicos a ‘anacrônicos’
Na análise do cientista político Bruno Silva, os gastos com audiovisual, predominantes em Ribeirão Preto, são cada vez mais focados para a internet, ainda que não haja garantias de que os aportes surtirão efeito nas urnas.
“Em uma época na qual a internet passou a ganhar centralidade é importante observar que tudo quanto é produzido não se trata apenas de endereçar aos meios mais tradicionais, como rádio e TV. É material formatado, sobretudo, pensando a replicação pelas redes. Obviamente que não há garantias de que maior volume de recursos renderá, necessariamente, votos. No entanto, há forte relação entre tais variáveis por questões associadas à visibilidade dos candidatos, propostas e projetos”, diz.
Por outro lado, ele considera anacrônica a recorrência a despesas com materiais impressos como os tradicionais santinhos, mas reitera que isso também é uma estratégia para atingir eleitores diferentes.
“Na busca por um voto a mais, muitos candidatos com recursos à disposição lançam mão deles com o objetivo de captar o eleitor ainda analógico, sobretudo os mais velhos.”
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