Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira (28) revelam que 31,9% das cidades do país ainda despejam resíduos sólidos em vazadouros a céu aberto, mais conhecidos como lixões. O destino é considerado a pior solução.
Outros 18,7% recorrem a aterros controlados e 28,6% a aterros sanitários, que é a destinação mais adequada ao meio ambiente. As informações são da Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais) – Suplemento de Saneamento.
“O lixão e o aterro controlado são muito semelhantes, mas ambos se diferenciam do aterro sanitário. O lixão não possui nenhum tipo de controle, enquanto o aterro controlado, como o nome sugere, apresenta algum nível de gestão, porém sem garantir total adequação ambiental”, explica Fernanda Malta, gerente da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico.
“Já o aterro sanitário foi construído para isso, portanto possui toda a estrutura necessária, como o tratamento do chorume, por exemplo”, conclui.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 estabeleceu prazos para os municípios colocarem fim aos lixões no Brasil. As capitais deveriam se readequar até agosto de 2021; as cidades com mais de 100 mil habitantes até 2022; com população entre 50 mil e 100 mil até 2023; e aquelas com menos de 50 mil até agosto deste ano.
O IBGE constatou, porém, que apenas 21,5% dos municípios com mais de 50 mil habitantes ainda contavam com lixões para a disposição final dos resíduos no período da pesquisa, entre setembro de 2023 e março de 2024.
Apenas 5 cidades de SC ainda despejam resíduos em lixões
A região Sul apresentou a menor proporção de municípios que utilizam lixões, com 5,7%. O levantamento contabilizou 73,8% das cidades do Norte, 51,6% do Nordeste, 52,9% do Centro-Oeste e 12,1% no Sudeste.
Em Santa Catarina, segundo dados do IBGE levantados entre setembro de 2023 e março de 2024, apenas cinco dos 295 municípios ainda despejam resíduos sólidos em lixões: Treze Tílias, Vargem Bonita, São Domingos, Indaial e Catanduvas. O recurso mais utilizado no estado são os aterros sanitários, presente em 100 locais.
Os dados do IBGE apontam que todas as cidades catarinenses dispõem de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Dessas, 195 contam com unidade de disposição final, o que representa cerca de 66%
Confira os destinos mais utilizados para resíduos sólidos em SC:
- Aterro sanitário: 100 cidades
- Bota fora (utilizado na terraplanagem): 77 cidades
- Área de transbordo: 50 cidades
- Unidade de compostagem de resíduos orgânicos: 41 cidades
- Instalação para recuperação de resíduos: 35 cidades
- Aterro controlado: 32 cidades
- Unidade de tratamento por incineração: 6 cidades
- Vazadouro a céu aberto (lixões): 5 cidades
- Vazadouro em áreas alagadas ou alagáveis: 3 cidades