Saara, Einstein, Mandela: veja curiosidades que ligam o Rio a países do G20


Encontro das principais economias do planeta acontece pela primeira vez no Brasil. Países que participam do G20 têm relação especial com o Rio de Janeiro
Dezenove países, além da União Africana e a União Europeia, fazem parte do G20, um “clube” de cooperação internacional, que discute iniciativas para promover melhorias econômicas, políticas e sociais.
E todos eles têm uma história especial com o Rio de Janeiro, cidade escolhida para receber os chefes de Estado na segunda (18) e na terça-feira (19). É a primeira vez que o encontro será realizado no Brasil.
Entre as curiosidades estão as visitas do sul africano Nelson Mandela e do físico alemão Albert Einstein, além da tentativa fracassada de trazer chineses para o Brasil para plantar chá na floresta da Tijuca.
Confira abaixo, em ordem alfabética, as curiosidades que ligam a capital fluminense a essas nações.
África do Sul
Nelson Mandela em visita ao Rio
Reprodução/TV Globo
Em agosto de 1991, o sul africano Nelson Mandela, líder da luta contra o Apartheid, que ficou 27 anos preso, visitou o Brasil, um ano depois de sair da cadeia, e passou pelo Rio de Janeiro.
Hoje Mandela é nome de escola, de favela e de uma rua em Botafogo, na Zona Sul.
Alemanha
A presença dos alemães no Rio é bem antiga: em 1860 havia cerca de 3 mil alemães morando no Rio de Janeiro. Muitos se estabeleceram em Santa Teresa, na região central.
Em 1925, o gênio Albert Einstein, alemão, passou oito dias na cidade. Ele se hospedou no Hotel Gloria e ficou maravilhado com o Jardim Botânico. Sobre o local, o físico escreveu em seu diário de viagem:
“O Jardim Botânico supera os sonhos das 1001 noites”, citando a famosa obra literária.
Da esquerda para a direita: Pacheco Leão, Albert Einstein e um rabino que acompanhava a visita do físico ao Jardim Botânico do Rio
Divulgação/ Jardim Botânico do Rio
Arábia Saudita
O povo árabe está espalhado por mais de 20 países, entre eles a Arábia Saudita, que vai estar no G20.
A história dos Árabes com o Rio de Janeiro se concentra no Centro da cidade e a Saara é uma prova dessa relação estreita. O polo de comércio popular não tem sauditas, mas tem hoje muitos descendentes de sírios e libaneses.
Argentina
A relação de amizade e de vizinhança do Rio com os argentinos é de longa data. Em 1823, alguns meses depois do Grito do Ipiranga, que marcou a Proclamação da Independência do Brasil, a Argentina foi o primeiro país a reconhecer a nova fase política do país.
Esse foi um gesto importante naquele momento de afirmação do Brasil como República independente.
Outra “homenagem” aos argentinos na cidade é a Rua Buenos Aires, no Centro. A via foi batizada em 1915. Antes. o local se chamava Rua do Hospício. Contudo, historiadores afirmam que não existia hospício por lá.
Austrália
A Austrália, muitas vezes comparada com o Brasil por conta do clima e do território continental, tem uma representação diplomática no Rio desde 1946. O consulado do país da Oceania fica em Copacabana, na Zona Sul da cidade.
Canadá
Pouca gente sabe, mas o Canadá tem uma história comercial importante com o Rio de Janeiro.
A ligação teve início em 1904, quando uma empresa canadense de energia, se instalou na cidade para iluminar ruas e casas, operar bondes, trens e até construir um hotel.
A empresa se chamava Rio de Janeiro Light and Power Company Limited — ou apenas Light, o mesmo nome até hoje.
China
Conhecida mundialmente por sua força econômica e por ser a maior parceira comercial do Brasil, a China mantem essa relação com o Brasil desde 1810. Naquela época, os chineses eram grandes exportadores de chá.
Alguns especialistas contam que foi Dom João VI, em sua estadia no Rio, que aprovou a ideia de trazer 500 chineses para o Brasil. O objetivo do monarca era plantar chá na Floresta da Tijuca.
Coreia do Sul
Foi no Rio que em 1962 a Coreia do Sul abriu a sua primeira embaixada na América Latina. A colônia coreana no Rio é pequena e conta com alguns comerciantes, que também se estabeleceram no comércio da Saara.
Estados Unidos
Joe Biden será o 11º presidente dos Estados Unidos a visitar o Brasil
Reprodução/TV Globo
Joe Biden será o 11º presidente dos Estados Unidos a visitar o Brasil. O primeiro foi Franklin Delano Roosevelt, que desembarcou no Rio em 1936 para se encontrar com Getúlio Vargas e discursar no Congresso sobre a importância da manutenção da paz.
O discurso pela paz aconteceu 3 anos antes do início da Segunda Guerra Mundial.
França
A história do Rio com a França é antiga. Já teve tentativa de colonização, a literatura francesa é muito presente na cidade, a música é um legado e a arquitetura está espalhada pela cidade.

Para resumir: o Rio de Janeiro queria ser uma França tropical, e a Praça Paris, construída em 1926, destruída pelas obras do metrô e reformada em 1992, é “testemunha” dessa boa relação.
Índia
A estátua do líder pacifista Mahatma Gandhi
Reprodução/TV Globo
Perto dali, na Cinelândia, a estátua do líder pacifista Mahatma Gandhi representa o encontro do Rio com a Índia.
A imagem foi um presente dado em 1964 pelo governo indiano. Quatro anos depois, a primeira-ministra Indira Gandhi, que veio ao Rio assinar um acordo cultural, passou pela região e visitou a imagem.
Indonésia
O Rio de Janeiro também tem história com a Indonésia. Em 1959, a passagem do presidente Sukarno pela cidade foi a primeira visita oficial ao Brasil de um chefe de estado asiático.
Itália
Quando surge o tema imigrante italiano no Brasil, a cidade de São Paulo logo vem a cabeça. Mas no comecinho do século XX, os italianos eram o segundo maior grupo de estrangeiros no Rio de Janeiro, atrás apenas dos portugueses.
E os italianos marcaram presença na vida gastronômica e cultural da cidade. Há quem defenda, inclusive, que são eles os responsáveis pelo uso das fantasias de arlequim e colombina dos carnavais de antigamente.
Dizem também que numa determinada época, tinha tanto italiano em Santa Teresa que o bairro ganhou o apelido de Calábria Carioca.
Japão
A história do Rio com o Japão também tem detalhes curiosos. Antes de São Paulo, os japoneses tentaram implantar uma colônia para imigrantes do país em Macaé. A empreitada não deu certo.
Contudo, um grupo de agricultores decidiu vir para o Rio e criou uma pensão para japoneses na Tijuca.
De acordo com alguns registros, o primeiro japonês a viver no Rio seria um acrobata ManjiTakezawa contratado como professor de luta da Guarda Real, em 1888.
México
Rua México, no Centro do Rio
Reprodução/TV Globo
Já com o México, a história não é profunda, mas não deixa de ser uma passagem curiosa. Na Rua México não tem nenhum restaurante mexicano.
Reino Unido
Diferente do México, a ligação com o Reino Unido conta com muitos capítulos.
Tem a transferência da Família Real, a abertura dos portos, os endividamentos, hábitos, cultura, a participação dos ingleses na história do Rio e do Brasil é imensa.
Mais recentemente, o destaque dessa relação foram as visitas da Família Real ao Rio de Janeiro.
Em 1978, o atual rei da Inglaterra, inclusive, abdicou da compostura e quase virou passista da escola de samba Beija-Flor.
Rússia
Igreja de Santa Martir Zenaide
Reprodução/TV Globo
No início dos anos de 1920, o Rio recebeu um grupo de russos refugiados da revolução russa.
Algum tempo depois de chegar, eles construíram a Igreja de Santa Martir Zenaide. São apenas nove paróquias da igreja ortodoxa russa no Brasil.
Turquia
Mais uma vez a ligação com um país se faz no Saara, região que há muito tempo foi chamada de Pequena Turquia.
Essa é, na verdade, uma confusão, já que sírios e libaneses eram chamados de turcos porque geralmente chegavam com passaportes do império turco-otomano.

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