Ácido ocadaico: achada em ostras de SC, saiba como toxina age no corpo

Desde fevereiro, o consumo de moluscos está suspenso em áreas da Grande Florianópolis após a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) identificar níveis elevados da ficotoxina AO (Ácido Ocadaico) nos animais. A substância pode causar diarreia, vômito e dores abdominais.

Saco de ostras, atrás se vê um funcionário da Cidasc, companhia suspendeu o consumo de moluscos por conta do ácido ocadaico

Ácido Ocadaico pode provocar sintomas como diarreia, vômito e náuseas em seres humanos – Foto: Cidasc/Divulgação/ND

Ácido Ocadaico: o que é a toxina e o que causa

A ficotoxina ácido ocadaico é produzida por dinoflagelados, um grupo de microalgas comumente ingerida pelos moluscos. Quando acumulada nesses animais, ela pode provocar o EDM (Envenenamento Diarreico por Moluscos) ao ser consumida por seres humanos.

A Cidasc explica que este é um fenômeno natural e que não afeta a saúde dos moluscos bivalves. No entanto, o consumo da carne de moluscos que tenham absorvido a toxina pode provocar sintomas gastrointestinais nas pessoas.

Segundo um estudo feito por pesquisadores da UFFRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), os sintomas causados pelo consumo de altos níveis da toxina podem surgir cerca de 30 minutos após a ingestão do molusco contaminado. Entre eles estão dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia.

Ainda conforme o estudo, a toxina tem alto poder cancerígeno e o consumo frequente do ácido ocadaico pode favorecer “o surgimento de tumores no trato gastrointestinal”.

várias ostras

Cultivo de molusco foi temporariamente suspenso em pontos da Grande Florianópolis, após detecção de toxina – Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom/ND

Onde a suspensão está mantida?

A Cidasc recebeu os resultados das análises laboratoriais de novas amostras coletadas em áreas de cultivo de moluscos bivalves nesta quarta-feira (26). Os níveis da toxina ácido ocadaico permanecem elevados em algumas localidades de Palhoça e de Florianópolis.

Segundo a companhia, a suspensão foi mantida nestes pontos, da seguinte forma:

Localidades em que a suspensão atinge todas as espécies de moluscos bivalves (mexilhões, ostras, vieiras e berbigões):

  • Costeira do Ribeirão e Freguesia do Ribeirão (Município de Florianópolis)
  • Caieira da Barra do sul  e Taperinha (Município de Florianópolis)
  • Ponta do Papagaio (Município de Palhoça).

Localidades em que a suspensão atinge as espécies mexilhões, vieiras e berbigões, mas não se aplica à espécie ostra:

  • Barro Vermelho, Tapera e Costeira do Pirajubaé (Município de Florianópolis)
  • Praia do Cedro e Praia do Pontal (Município de Palhoça).

A Cidasc ainda reforça que as suspensões são temporárias e a retirada dos moluscos será retomada quando as análises laboratoriais apontarem condições que não ofereçam risco.

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