
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Jair Bolsonaro (PL) deveria “cair na realidade” após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista no Japão, onde cumpria agenda oficial, Lula disse que o ex-presidente tenta se vitimizar ao alegar perseguição política.
“Ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país”, declarou Lula. Ele evitou comentar detalhes do julgamento, mas criticou a postura de Bolsonaro, dizendo que “é visível por todas as provas” que ele tentou desestabilizar o país e colocou em risco a vida de lideranças políticas, incluindo a dele próprio.
Lula também rechaçou pedidos de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. “Quando ele pede anistia antes do julgamento, significa que está admitindo culpa. Ele deveria provar sua inocência”, afirmou.
Os próximos passos do julgamento
Com a aceitação da denúncia, o processo entra na fase de instrução, na qual serão coletadas provas e ouvidas testemunhas. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, analisará pedidos das defesas e da Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo perícias e depoimentos.
Os oito réus indicaram 130 testemunhas, entre elas o próprio Lula, Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Cabe a Moraes decidir quais depoimentos serão autorizados.
Após essa fase, os réus serão interrogados, e tanto a PGR quanto as defesas apresentarão suas alegações finais. O julgamento de mérito será pautado pelo ministro Cristiano Zanin, que preside a Turma responsável pelo caso.
Somente após a decisão final do STF é que Bolsonaro e os demais réus podem ser condenados. Qualquer eventual prisão dependerá do tamanho da pena e da análise de recursos apresentados pela defesa.