Após resgate de menino à deriva no mar, Bombeiros alertam para riscos de bolha inflável nas praias


Na véspera do Natal, um menino foi resgatado em alto-mar após vento levar bolha inflável para alto-mar na Praia do Lázaro, em Ubatuba. Prefeitura diz que atração é irregular. Susto em Ubatuba acende o perigo de objetos flutuantes
Após o resgate de uma criança à deriva em alto-mar na véspera do Natal, em Ubatuba (SP), o Corpo de Bombeiros alertou para os riscos do uso de bolha inflável e objetos flutuantes nas praias.
“Essa modalidade de brinquedo é nova pra gente nas praias. Isso vem das piscinas e agora a gente está começando a ter certo tipo de problema porque essa bola é facilmente arrastada por conta do vento”, explica a capitão do Grupamento dos Bombeiros Marítimos, Karoline Burunsizian Magalhães.
“O pessoal fica brincando ali, fica com o cabo segurando, mas num descuido esse cabo pode se soltar e a pessoa que estiver dentro da bola, provavelmente uma criança, vai ser arrastada. E é torcer pra não furar, abrir, encher de algo, torcer pra não acontecer algo pior”, completa.
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O caso aconteceu na terça-feira (24) na Praia do Lázaro. O menino, que tem aproximadamente 8 anos, foi encontrado por tripulantes de uma lancha que estavam voltando para a praia.
Além da bolha inflável, os Bombeiros ainda alertam para os perigos dos objetos flutuantes nas praias.
“Eles passam uma falsa sensação de segurança, eles não são seguros. A cada três mortes no mar, um processo de afogamento se inicia com objetos flutuantes. Seja com pranchinha, colchão inflável, com essas boias, objetos flutuantes no mar não são seguros”, destaca a capitão.
Segundo dados do GBMar, de janeiro deste ano até o Natal, 14 pessoas morreram afogadas em Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba. No ano passado, foram 17.
De acordo com a Prefeitura de Ubatuba, a atividade com bolhas infláveis não é autorizada pelo município e deve reforçar a fiscalização para coibir esse tipo de atividade na praia.
Resgate em alto-mar
O marinheiro e o proprietário da lancha usada para resgatar a criança detalharam como foi a ação de salvamento em alto-mar na Praia do Lázaro.
“Eu corri com o meu amigo, subimos na lancha e eu fui até lá pegar a bola. Só que quando eu dei conta, a bola já estava lá para fora, porque o vento vai jogando e vai levando. Quanto mais tempo demorar, mais para lá [ela] vai. Eu fiquei preocupado porque tinha uma criança dentro”, disse Michel Nascimento.
“Chegou lá, o menino estava desesperado dentro da bola, rodava bastante dentro da bola”, acrescentou.
O proprietário da lancha que fez o resgate é Welington Junior. À reportagem, ele contou que a ideia foi amarrar uma corda na bolha inflável e arrastar a criança até a faixa de areia, mas de forma prudente.
“Eu acho que porque ela bateu na costeira, ela furou. Meu medo era ela desinflar com ele lá dentro. O rapaz da outra lancha gritou: ‘Não abre, porque senão vai afundar tudo’. A gente passou uma corda na bolha e veio arrastando o mais rápido que deu, porque também não dava pra vir muito rápido, senão podia machucar o menino”, relatou.
O caso
A criança precisou ser resgatada após ficar à deriva em alto-mar dentro de uma bola de plástico em Ubatuba (SP). O menino foi encontrado por tripulantes de uma lancha que estavam voltando para a praia.
Criança que brincava em bola de plástico é resgatada em alto mar em Ubatuba
A criança estava desesperada e se debatendo dentro da bolha. Um homem e outros dois marinheiros usaram um cabo de aço para puxar a bolha de plástico e levar o menino de volta para a praia, onde foi devolvido aos responsáveis.
Não há informações sobre o estado de saúde do menino. O Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) informou que não atuou nesta ocorrência e não há registro sobre o caso.
O menino foi resgatado com a ajuda de um cabo de aço
Rafael Graça do Prado
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