‘Amor Azul’: Salvador recebe ópera de Gilberto Gil com maestro italiano pela primeira vez


O ícone da música popular brasileira apresenta ao lado do compositor e maestro Aldo Brizzi um espetáculo inspirado em um poema milenar que narra a história de amor entre o deus hindu Krishna e a mortal Radha Gilberto Gil e Aldo Brizzi apresentam o espetáculo “Amor Azul”
Reprodução
A ópera “Amor Azul”, criada por Gilberto Gil e o maestro italiano Aldo Brizzi, ganhou uma apresentação especial neste sábado, em Salvador (BA).
Uma sonoridade clássica invade a sala lotada de músicos. E no meio de todos eles, um grande nome da música brasileira. Gilberto Gil ouve atento — como um aluno aplicado — as orientações do amigo e maestro italiano Aldo Brizzi.
“Sou o mais aprendiz de todos. Todos eles têm uma experiência muito grande, uma vivência muito cotidiana com a música de concerto, com a música sinfônica e etc. E eu, não”.
Gil e os músico ensaiam para a ópera-canção “Amor Azul”, inspirada em um poema milenar que narra a história de amor entre o deus hindu Krishna e a mortal Radha. A obra tem 41 canções inéditas, compostas por Gil e Aldo ao longo de sete anos.
“Havia todo esse vai e vem das ondas da música, das palavras e etc. Palavra que vai, palavra que volta, nota que vai, nota que volta, e aí isso tudo nos tomou um tempo natural”, diz Gil.
Agora, imagine para esses jovens do Núcleo de Orquestras Juvenis da Bahia ter a oportunidade de viver um momento histórico com um dos mestres da MPB.
“Não é algo que se sente e se entende agora. Acho que é uma coisa pra longo prazo, viver, estar no palco junto, perto de Gilberto Gil”, afirma a integrante Emily França.
É também uma chance de aproximar o público da música de concerto.
“É uma ópera popular. A gente quer o povo de volta pra dizer coisas profundas e ao mesmo tempo que todo mundo possa cantar na rua”, conta o maestro Brizzi.
O espetáculo terá um toque especial: o som da orquestra afro-brasileira.
“É um movimento muito importante, porque a gente não perde a nossa identidade. Não perdemos nossa baianidade para estar nesse lugar que é tão distante as vezes, que é a ópera e a música de concerto”, diz Irma Ferreira, solista do núcleo de ópera da Bahia.
Essa é a primeira vez que o espetáculo é apresentado na Bahia, terra onde as músicas da ópera foram compostas.
No palco, Gil conduz o espetáculo ao lado de outros 150 artistas e celebra a mistura do som de concerto com a música popular e a sutileza da percussão afro-brasileira.
É uma noite de encontro de sonoridades e de muita emoção para o público.
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