Alunos de escola de São José denunciam racismo de professora em atividade de aula

Na semana passada, durante uma aula de Português, alunos da Escola Maria José Barbosa Vieira, conhecida também CEMAJOBA, de São José, na Grande Florianópolis, foram surpreendidos por uma atividade avaliativa com diversas questões que relativizam o crime de racismo. Alguns estudantes se recusaram a responder e usaram as redes sociais para denunciar o caso.

Alunos de escola de São José denunciam racismo

Alunos de escola de São José denunciam racismo em atividade avaliativa; alguns estudantes se recusaram a responder as perguntas – Foto: Reprodução

Na primeira questão, após poucas linhas, a professora questiona: “por que, então, os negros se queixam tanto do racismo que sofreram?”. Em seguida, os alunos são provocados a justificar que existe racismo no Brasil: “como pode haver racismo no Brasil se não há brancos puros? Justifique”.

Alunos de escola de São José denunciam racismo

Em entrevista ao ND Mais, o estudante Gabriel*, de 18 anos, conta que os alunos do terceiro ano do Ensino Médio se sentiram ofendidos com as perguntas da atividade e questionaram a professora. Mas foram orientados a ler atentamente e continuar o exercício.

“Meio que ficamos em choque quando lemos, principalmente na questão 5. Gerou um desconforto em todos nós ali. Então alguns alunos se juntaram e levaram a avaliação para a diretoria”, contou Gabriel*.

A questão 5, citada por Gabriel*, diz respeito à representação da população negra como “serviçais” (palavra usada na atividade) e a reclamação de que esses sejam os únicos papéis que atores negros desempenham. A questão finaliza indagando: “a novela não estaria sendo fiel a realidade? Justifique”.

Caso aconteceu na Escola Maria José Barbosa Vieira, em São José – Foto: Google Street View/Reprodução

CRE de Florianópolis diz que tomará medidas cabíveis

Em nota, a CRE (Coordenadoria Regional de Educação) de Florianópolis disse que lamenta o ocorrido e que está tomando as medidas cabíveis.

“Tanto o setor de Ensino quanto o Núcleo de Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (NEPRE) da CRE estão acompanhando o caso. A Coordenadoria repudia qualquer tipo de violência ocorrida dentro e fora das escolas estaduais de Santa Catarina”, conclui.

*Nome fictício para preservar a identidade do aluno

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