Luan Messias Magalhães participou de conversas entre profissionais de diversos países e políticos sobre inovações, dificuldades e propostas. G20 reúne as principais economias do mundo para criar propostas sobre temas de interesse global. Neurocirurgião que atende produtores rurais e ribeirinhos no interior do Acre se apresentou em eventos de saúde do G20
Arquivo pessoal
O neurocirurgião acreano Luan Messias Magalhães representou o estado em duas reuniões da área de saúde do G20, evento internacional que ocorre no Rio de Janeiro neste ano. O profissional, que atua na rede pública do Acre, se apresentou nessa sexta-feira (15) no S20, evento que tratou sobre saúde do idoso, população rural e ribeirinhos. Já no sábado (16), ele esteve presente no N20, voltado à saúde mental e neurológica.
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👉 Contexto: O G20, o grupo dos 20, foi criado em 1999 em resposta a crises financeiras e tem como objetivo promover a cooperação econômica internacional. A cada ano, um país preside o G20. Esta ano, o Brasil passa o bastão para a África do Sul, a próxima sede. Os debates envolvem questões globais como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, saúde, agricultura, e combate à corrupção.
Começa reunião de cúpula do G20
Magalhães destaca que foi o único representante da região Norte nos encontros e que utilizou as apresentações para ressaltar as práticas já adotadas no Acre e as dificuldades na oferta dos serviços. Para o médico, as reuniões foram uma oportunidade também para chamar a atenção da classe política para a área.
“O legal é que a gente se encontra direto com os ministros e deputados, e eles são as pessoas que aplicam e fazem as leis. Assim, eles reconhecem diretamente a importância e onde precisa mudar e vão aplicar isso diretamente”, diz.
Ainda segundo o neurocirurgião, os eventos produziram um relatório que será entregue ao Senado e à Câmara dos Deputados com propostas.
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Luan Messias Magalhães fez análise sobre ligação entre o desmatamento na Amazônia e acidentes que causam fraturas vertebrais
Arquivo pessoal
Durante as apresentações, Magalhães fez uma análise intitulada “O preço do progresso: desvendando a ligação entre o desmatamento e fraturas vertebrais”. O neurocirurgião exibiu um pouco da realidade de produtores rurais e povos ribeirinhos e as lesões mais frequentes entre esses pacientes.
“Foi discutido sobre inovações, onde há problemas, como melhorar. Isso no âmbito mundial de todos os países que estavam presentes e inclusive da nossa parte. Coisas novas, várias discussões de novas tecnologias, de utilização de inteligência artificial, além de cirurgias em autismo, que é um futuro em identificação de pessoas autistas somente com uma foto, que são projetos ainda a serem aplicados. Eu fui a única pessoa representando o Norte e a Amazônia brasileira, então pude colocar coisas importantes a serem melhoradas na nossa saúde e trazer contatos e investimentos para a saúde do nosso estado”, acrescenta.
Chefes de estado dos países do 20 que vêm ao Rio
Arte/g1
Repercussão internacional do trabalho
Médico acreano recebeu prêmio por sua atuação no atendimento a indígenas e ribeirinhos
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Em agosto desse ano, após ser premiado em um congresso internacional de neurocirurgia, Magalhães ressaltou que se dedica à medicina há pelo menos 11 anos. Ele atende pacientes de todo o Acre no Hospital da Criança, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Maternidade Bárbara Heliodora, pronto-socorro de Rio Branco, na Fundação Hospitalar, entre outras unidades na rede pública do estado.
“Eu fiz medicina em Manaus, e logo no primeiro contato com a neuroanatomia, eu já me apaixonei. A partir dali, no segundo período, eu comecei a fazer estudar neurocirurgia, me preparar para ser um neurocirurgião. ”, acrescentou.
Médico Luan Messias atua há três anos na rede pública de saúde do Acre
Arquivo pessoal
Formado em medicina, Messias fez residência em neurocirurgia no estado de Sergipe, onde estudou por cinco anos até se tornar de fato um neurocirurgião. Após a formação, ele voltou ao Acre.
Luan Messias também deu palestra durante evento do G20 em 2023
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Ele considera gratificante ter retornado ao seu restado de origem e poder contribuir para que moradores de regiões distantes dos grandes centros também possam ter acesso a tratamentos de saúde. O médico também relembra que já ministrou outras palestras em eventos onde também tratou sobre o atendimentos a indígenas.
“[A saúde indígena] é outra parte da discussão, que há mais ou menos um ano e meio eu já venho apresentando. Já fiz outra apresentação na Índia, nos Estados Unidos, justamente sobre esse tratamento. Em outras vezes, eu fiz outras pautas, como a pauta do tratamento indígena. Porque tem as peculiaridades de atender a mãe indígena, e o filho indígena. Então, é completamente diferente de se atender um paciente da cidade, conta.
Neurocirurgião Luan Messias atende bebê indígena que nasceu com malformação
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Orgulho
Entretanto, mesmo com a repercussão internacional e as honrarias recebidas, o maior orgulho para Messias é ter contribuído para a implementação do serviço de neurocirurgia no município de Cruzeiro do Sul.
O profissional também atua no Hospital Regional do Juruá e ressalta a importância da disponibilização desse atendimento, que iniciou há cerca de dois anos na região.
Médico diz se orgulhar pela contribuição à saúde pública do Acre
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“O paciente morria em Cruzeiro do Sul, lá, não tinha isso. O paciente bateu a cabeça, sangrou dentro da cabeça, ele tem que ser operado em minutos a horas, e não dava tempo. Demorava em torno de duas a quatro horas, só um voo. O paciente perdia seis a oito horas de tratamento, geralmente até morria nesse percurso”, destaca.
É com esse objetivo que Luan Messias segue participando de eventos para levar e também trazer conhecimento, na busca pela evolução dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Voltar pra cá e atender, tentar melhorar o atendimento dessas pessoas que vivem aqui, que têm uma dificuldade maior para ter esse tipo de tratamento, é extremamente gratificante. Expor um trabalho, que já é gratificante, a gente receber um retorno disso, de pessoas que são realmente relevantes na neurocirurgia, é extremamente gratificante para mim”, finaliza.
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