Explosões em Brasília: homem planejava atentado desde 2022, diz ex-mulher

Francisco Wanderley planejava o atentado desde 2022Reprodução

Daiane Dias, ex-companheira de Francisco Wanderley Luiz — responsável pelo ataque à bomba na Praça dos Três Poderes — revelou à Polícia Federal que ele já planejava um atentado contra os ministros do STF desde 2022. Em depoimento prestado nesta quinta-feira (14), Daiane afirmou que Francisco chegou a se hospedar em Brasília naquele ano, com o intuito de “observar a movimentação” dos ministros.

Segundo Daiane, Francisco alugou uma quitinete em Ceilândia pela primeira vez entre março e abril de 2022, onde permaneceu por alguns meses. Durante uma busca policial no local, nesta quinta-feira, foram encontrados mais artefatos explosivos. Um dos itens detonou com “explosão gravíssima” quando um robô antibombas da Polícia Federal tentou abrir uma gaveta.

Daiane contou que, à época, conseguiu convencê-lo a retornar para Santa Catarina, onde o casal morava, apelando para o bem-estar do filho e da mãe de Francisco. No entanto, em 2024, ele deixou a residência de forma furtiva, sem que ela pudesse intervir novamente. Ela acredita que essa foi uma estratégia para evitar ser dissuadido de suas intenções violentas.

Motivações e Planejamento Solitário

No depoimento, Daiane relatou que Francisco se mostrava extremamente desconfiado e preferia agir sozinho, alegando que não confiava em mais ninguém para ajudá-lo em seus planos. Ela não descartou, entretanto, a possibilidade de ele ter feito novos aliados durante os três meses que passou em Brasília, mas não tem informações concretas sobre isso.

Para se sustentar, Francisco utilizava recursos provenientes de aluguéis de imóveis herdados, além de economias acumuladas com a venda de bens e seu trabalho como chaveiro.

Quando questionada sobre os explosivos encontrados, Daiane negou saber da existência ou aquisição dos materiais, afirmando que ele nunca mencionou esses artefatos durante o tempo em que estiveram juntos.

Desdobramentos

O atentado promovido por Francisco Wanderley Luiz levantou preocupações sobre possíveis falhas na segurança da Praça dos Três Poderes. A Polícia Federal continua investigando se há outras pessoas envolvidas ou se ele agiu totalmente sozinho.

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