Rosana Santos Xavier tinha 23 anos, morava em Franco da Rocha, em São Paulo, e prestava serviço de análise de desenvolvimento de sistema em Toledo, no Paraná. Rosana Santos Xavier tirou esta selfie quando embarcou na aeronave e foi a última foto enviada por ela à família.
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Lutadora, trabalhadora e principal fonte de renda da família. É assim que Rosemeire dos Santos Xavier define a filha, Rosana Santos Xavier, de 23 anos, moradora de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, que está entre os 62 mortos na queda de um avião em Vinhedo (SP) na sexta-feira (09).
“Ela ajudava nas compras de casa e tinha comprado o carrinho dela. Tudo que ela tinha era para mim, para o meu marido, para as minhas meninas. Ela só pensava em nós, o dinheiro dela era para ajudar em casa”, conta a dona Rosemeire.
Rosana tinha viajado a trabalho. Assim que embarcou no avião da Voepass, ela mandou uma mensagem no grupo da família preocupada. “Que medo desse voo, juro, avião velho. Tem uma poltrona quebrada, caos”.
A Anac informou que a aeronave foi fabricada em 2010 e se encontrava em condição regular para operar, com certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos, além dos tripulantes com documentação em dia.
Mensagem enviada por Rosana no grupo da família fala da preocupação com o voo e o que ela sentiu dentro da aeronave.
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Depois da mensagem, Rosemeire disse que ficou aflita com a volta da filha e teve um pressentimento ruim. Para acalmá-la, a mãe pediu que ela lesse um salmo da Bíblia, mas quando viu na televisão a notícia de que um avião tinha caído se desesperou. “Eu entrei em desespero. Comecei a correr dentro de casa gritando”, lembra Rosemeire.
Rosana trabalhava em casa, mas a cada dois meses participava de reuniões na empresa que prestava serviços, que ficava em Toledo (PR). Ela estava voltando de uma dessas reuniões.
Rosana com a mãe em um momento familiar dentro de casa, em Franco da Rocha.
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Identificação dos corpos em SP
Um grupo de 60 familiares das vítimas do voo 2283 chegou neste sábado em São Paulo. Eles foram levados para um hotel no Centro. O local foi destinado para acolhimento e coleta de material genético, segundo apuração da TV Globo e GloboNews.
Os familiares dos tripulantes já estão em São Paulo desde sexta-feira (9), mas estavam hospedados um hotel na zona Leste da capital. Ainda na manhã deste sábado, o grupo foi levado para o local no centro de São Paulo.
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9). Inicialmente, a Voepass noticiou que 61 pessoas tinham morrido após a queda do avião. Na manhã de sábado (10), o número de mortes subiu para 62.
Esse hotel fica próximo ao IML Central, local para onde os corpos serão levados. Uma equipe de médicos- legistas (voluntários e designados) já foi convocada. Também tem um grupo que está de sobreaviso.
Os médicos-legistas vão reconhecer os corpos por impressão digital, prontuário odontológico, exame de DNA, fotos de tatuagens, cicatrizes, brincos, anéis, etc.
Os familiares poderão dar informações sobre características físicas das pessoas para auxiliar a identificação.
O IML Central tem capacidade para reconhecer 30 corpos em 12 horas, devem precisar de contêineres refrigerados. O IML é equipado com RX, Tomógrafo e um laboratório que estuda ossos (núcleo de antropologia).
Como foi a queda
Avião que caiu em Vinhedo, SP, ficou destruído
Arquivo pessoal
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. “A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
A aeronave caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, e pertence à companhia aérea Voespass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. De acordo com a empresa, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72.
O avião saiu de Cascavel às 11h46 e pousaria em Guarulhos.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o acidente e disse que vai monitorar “a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes”.
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar o acidente. Um ‘gabinete de crise’ foi montado pela corporação na casa de um morador dentro do condomínio onde houve a tragédia.
No início da noite de sexta, a FAB confirmou ter encontrado as caixas-pretas, que depois seriam enviadas a Brasília.
Tudo o que você precisa saber sobre a queda da aeronave em Vinhedo