A caixa-preta do avião que caiu em Vinhedo, São Paulo, gravou as vozes na cabine momentos antes da queda. Segundo o portal R7, os áudios registraram gritos durante o momento de pânico e um pedido do copiloto.
A caixa-preta é responsável por gravar conversas na cabine e informações técnicas do avião – Foto: Força Aérea Brasileira/Divulgação/ND
A caixa-preta começou a ser analisada no sábado (10) pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo, que fica em Brasília.
Segundo o portal R7 e o Jornal da Record, a caixa-preta do avião registrou gritos momentos antes do acidente em Vinhedo. A gravação ainda inclui um pedido do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva.
Ao constatar a perda de altitude, o copiloto teria questionado o que estava acontecendo e disse que era preciso “dar potência” para evitar a queda da aeronave. Pouco depois, o avião despencou do céu e explodiu em solo.
A tragédia matou os 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo da aeronave da Voepass – Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação/ND
Cenipa nega vazamento dos áudios
Após a divulgação do conteúdo da caixa-preta pela imprensa, o Cenipa, unidade da Força Aérea Brasileira responsável pela investigação do acidente, negou que os áudios tenham vazado.
O órgão informou nesta quinta-feira (15) que nenhum veículo de imprensa teve acesso a áudios, transcrições ou dados dos gravadores do voo. A previsão é divulgar o relatório preliminar do acidente no prazo estimado de 30 dias.
Quais as principais hipóteses para o acidente?
Situação atmosférica na região do acidente era ‘caótica’, segundo especialista – Foto: Lapis/Divulgação/via O Globo/Reprodução/ND
Apesar do Cenipa ainda não ter publicado o resultado das investigações, a principal hipótese é de que o acúmulo de gelo na asa tenha causado a tragédia. Imagens de satélites mostram que a aeronave enfrentou um sistema frontal de turbulência e temperaturas entre -45°C e -60°C, abaixo do ponto de congelamento.
Em nota ao ND Mais, a Voepass reiterou que o avião “estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente”.
Como funciona a análise da caixa-preta?
A caixa-preta é essencial na investigação de acidentes aéreos. O mecanismo é composto por dois gravadores que concentram dados durante o voo e podem indicar falhas humanas, condições climáticas e problemas mecânicos relacionados à tragédia.
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O equipamento é composto por dois gravadores que concentram dados durante o voo – Força Aérea Brasileira/Divulgação/ND
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As caixas-pretas do avião que caiu em São Paulo já estão em análise. – Força Aérea Brasileira/Divulgação/ND
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No geral, as caixas-pretas ficam na traseira do avião, que costuma sofrer menos danos em acidentes – Força Aérea Brasileira/Divulgação/ND
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A previsão é de divulgar o relatório preliminar do acidente aeronáutico no prazo estimado de 30 dias – Força Aérea Brasileira/Divulgação/ND
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As caixas-pretas são essenciais na investigação de acidentes aéreos – Força Aérea Brasileira/Divulgação/ND
O CVR (Cockpit Voice Recorder) grava áudio e registra as conversas na cabine de comando entre o piloto, copiloto, tripulantes e a torre de controle.
O segundo dispositivo, chamado de FDR (Flight Data Recorder), é responsável por registrar informações técnicas como velocidade, altitude, pressão, botões acionados e outros.
Como foi o acidente com o avião da Voepass?
O acúmulo de gelo na asa do avião pode ter causado o acidente – Foto: Reprodução/Secretaria de Segurança de São Paulo
O voo 2883 da companhia aérea Voepass partiu de Cascavel, no Paraná, na sexta-feira (9). A aeronave do modelo ATR-72 viajava em direção ao Aeroporto Internacional de Guarulhos quando caiu em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo.
Todas as 62 pessoas a bordo do avião morreram na queda. Conforme o portal R7, 30 corpos foram liberados aos familiares e restam apenas dois a serem identificados pelo IML (Instituto Médico Legal).