
O senador democrata da Califórnia, Alex Padilla, foi detido por agentes federais nesta quinta-feira (12) após interromper uma coletiva de imprensa da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, em meio a protestos massivos contra a política migratória do governo Trump.
Padilla, que estava presente no prédio federal no centro de Los Angeles, tentou questionar publicamente Noem durante o evento oficial, mas foi rapidamente contido, jogado ao chão e algemado por agentes de segurança. “Sou o senador Alex Padilla, tenho perguntas para a secretária”, declarou ele antes de ser retirado do local pelos agentes.
Kristi Noem, que comanda o Departamento de Segurança Interna e é uma figura de destaque no gabinete de Trump, afirmou não conhecer pessoalmente o senador e disse que ele não havia solicitado uma reunião formal.
“Quando sair daqui, pretendo conversar com ele para entender quais são suas preocupações. Mas acredito que todos os americanos concordariam que essa atitude foi inapropriada”, comentou.
Durante a coletiva, Noem defendeu as operações do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega), que têm realizado uma série de batidas e prisões em bairros de imigrantes na cidade. Os protestos contra essas ações já duram cinco dias e, em algumas ocasiões, evoluíram para confrontos, incêndios e saques.
“Não vamos recuar. Vamos libertar esta cidade da liderança socialista imposta por este governador e prefeito”, disse Noem momentos antes de Padilla ser contido.
O gabinete do senador confirmou, em nota oficial divulgada após a ampla repercussão do vídeo nas redes sociais, que Padilla não está sob custódia, mas que sua presença em Los Angeles fazia parte de sua agenda de fiscalização das ações federais no estado da Califórnia. “Estamos buscando mais informações sobre a conduta dos agentes federais e os motivos da ação violenta contra um representante eleito”, diz o comunicado.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou duramente o ocorrido. “Se podem algemar um senador dos EUA apenas por fazer uma pergunta, imagine o que podem fazer com qualquer cidadão”, escreveu em sua conta da rede social X (antigo Twitter).
No plenário do Senado, o líder da minoria democrata, Chuck Schumer, classificou o episódio como “antiamericano” e exigiu uma investigação imediata. “Acabei de ver algo que me embrulhou o estômago: o tratamento brutal dado a um senador dos Estados Unidos. Precisamos de respostas, e precisamos agora.”
Até o momento da publicação desta reportagem, o Departamento de Segurança Interna não comentou o tratamento dado ao senador Padilla.