Veja os dados de Passos, Pouso Alegre e Varginha e como se regularizar. Quase 500 mil mineiros tiveram os títulos eleitorais cancelados
Poços de Caldas é o município do Sul de Minas, entre as cidades mais populosas, que mais teve títulos eleitorais cancelados após a última eleição. Foram 6.788, o correspondente a 5,45% do eleitorado da cidade.
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O cancelamento ocorre quando o eleitor não vota e não justifica a ausência em três eleições consecutivas. Os dados da Justiça Eleitoral, compilados pela EPTV, afiliada à Rede Globo, apontam milhares de cancelamentos em outras grandes cidades da região:
Passos
Número de eleitores: 81.473
Títulos cancelados: 3.376 (4,14% do total)
Pouso Alegre
Número de eleitores: 110.871
Títulos cancelados: 3.660 (3,3% do total)
Varginha
Número de eleitores: 104.495
Títulos cancelados: 3.041 (2,91% do total)
Título de eleitor
Agência Brasil/Divulgação
Em Minas Gerais quase 500 mil eleitores estão irregulares com a Justiça Eleitoral e isso trazer consequências.
“Quem teve o título cancelado, infelizmente, sofre várias restrições na vida civil. Eu posso te dar como exemplos a impossibilidade da emissão ou da regularização do passaporte, a pessoa não consegue colar grau em universidade pública, não consegue nem fazer a matrícula na universidade pública, os servidores públicos podem ter o seu vencimento suspenso, a pessoa não toma posse em concurso público e não toma empréstimos em bancos públicos”, explica o chefe do cartório eleitoral de Passos, Alexandre Araújo da Silva.
Para se regularizar, o eleitor que tem a biometria cadastrada pode acessar o site ou aplicativo da Justiça Eleitoral e realizar os procedimentos. Já quem não tem biometria, precisa ir a um cartório eleitoral, com documento de identidade.
“É muito simples a regularização. Faz uma operação de atualização dos dados, se não tiver cadastro biométrico, nós já coletamos os dados biométricos da pessoa na hora. As multas são pagas na hora, a pessoa. A multa por cada eleição é de R$ 3,51, é um valor bem módico, e em cinco minutos a pessoa sai daqui regularizada e com a vida eleitoral em dia”, explica o chefe de cartório.
No entender da socióloga Maria do Carmo de Oliveira, os números mostram que os brasileiros têm perdido o interesse pela política.
“O indivíduo, o adolescente, os jovens, os adultos já não querem participar ativamente de uma vida política, de uma vida pública e, principalmente, de ser um cidadão. Aí a gente começa a entender a estrutura que a gente vive de pequenas ações, seja dentro da escola, seja da participação coletiva de alguns bairros. A gente está ficando um pouco acomodados em função desse desenvolvimento tecnológico, dessa mudança que a sociedade está vivendo muito rapidamente”, disse.
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