

Adilsinho é o ‘chefão’ da máfia de cigarros ilegais do Rio de Janeiro, negócio que dá um faturamento de R% 50 milhões por mês, aponta Polícia Federal – Foto: Reprodução/ND
A Polícia Federal revelou que uma organização criminosa comandada por Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, movimenta ao menos R$ 50 milhões por mês com a produção clandestina de cigarros no Rio de Janeiro. Os produtos distribuídos de forma irregular pela quadrilha são vendidos em 45 dos 92 municípios do estado.
Segundo as investigações, desde 2018, as fábricas funcionam à base de violência e trabalho escravo, possibilitando investimentos em atividades criminosas no Brasil e uma vida de luxo nos Estados Unidos, incluindo a aquisição de duas Ferraris e um jato executivo.
Lucro milionário de Adilsinho é usado para manter vida luxuosa
O faturamento mensal de Adilsinho é utilizado para bancar uma vida regada de bens de alto valor, como um jato executivo e cinco carros de luxo, incluindo duas Ferraris. Os itens estão guardados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
A Polícia Federal apurou que, em maio de 2020, Adilsinho transferiu $ 1 milhão para os Estados Unidos. Na época, o valor era equivalente à cerca de R$ 5,8 milhões. Segundo a investigação, o objetivo do bicheiro seria lavar o dinheiro buscando legitimar alguns investimentos no país e, dessa forma, obter um visto de residência.
Em maio de 2021, durante a pandemia, Adilsinho fez uma festa de gala no Copacabana Palace, com 500 convidados, para comemorar seu aniversário.

Bicheiro já deu festa de gala, com direito a black-tie, no Copacabana Palace, hotel carioca de luxo – Foto: Reprodução/ND
Envolvimento de Adilsinho com o jogo do bicho ultrapassa a divisa do Rio de Janeiro
Não é apenas no Rio de Janeiro que as movimentações de Adilsinho chamam a atenção da polícia. No Paraná, os investigadores detectaram diversos depósitos fracionados, vindos da quadrilha do bicheiro, para estabelecimentos paranaenses ligados com o jogo do bicho.
Outros depósitos também foram feitos a empresas especializadas em tecnologia e software para jogos de azar.
Assassinatos e guerra com outros bicheiros
Adilsinho é apontado como o mandante dos assassinatos do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e de seu comparsa Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. As mortes estariam por trás de uma disputa por pontos de aposta com o bicheiro Bernardo Bello, ex-genro de Waldemir Paes Garcia, o Maninho, executado em 2004.
Nessa guerra, Adilsinho teria como aliado o bicheiro Rogério de Andrade, que assumiu os negócios de seu tio Castor de Andrade, morto em 1997.
Adilsinho possui clube de futebol e é patrono do Salgueiro no Carnaval do Rio
Em 2010, Adilsinho fundou um clube, o Clube Atlético Barra da Tijuca, agremiação que disputa as divisões inferiores do campeonato estadual, mas que se especializa na formação de jogadores nas categorias de base.
Além do futebol, o bicheiro também tem presença no Carnaval. Desde março de 2024, Adilsinho é presidente de honra do Salgueiro e atua como patrono da escola de samba.
Advogados dizem que bicheiro é ‘perigosíssimo’
Conversas interceptadas pela PF em 2023 revelam como Adilsinho era visto por outros investigados.
Dois advogados de São Paulo, suspeitos de ligação com a quadrilha do bicheiro, expressaram temor ao falar sobre ele. Um afirmou: “Tenho medo desse cara. Ele é muito inteligente”. O outro completou: “É perigosíssimo”.

Advogados suspeitos de ligação com os esquemas de Adilsinho dizem temer o bicheiro e o chamam de ‘perigosíssimo’ – Foto: Reprodução/ND