Velório do escritor Márcio Souza acontece no Centro Cultural Palácio Rio Negro, em Manaus


Sepultamento ocorre nesta terça (13), às 16h, no Cemitério São João Batista. Velório do escritor, dramaturgo, teatrólogo e cineasta Márcio Souza acontece no Centro Cultural Palácio Rio Negro, em Manaus.
Divulgação/SEC
O velório do escritor, dramaturgo, teatrólogo e cineasta Márcio Souza teve início às 17h desta segunda-feira (12), no Centro Cultural Palácio Rio Negro, em Manaus. O escritor faleceu durante a manhã, aos 78 anos, vítima de um infarto. O sepultamento ocorre nesta terça (13), às 16h, no Cemitério São João Batista.
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O também cineasta é autor do romance de sucesso “Mad Maria”, que inspirou a criação da minissérie brasileira de mesmo nome, produzida pela Rede Globo.
Nascido em Manaus, em 1946, Márcio Souza foi um dos maiores nomes da cultura amazonense. Atuou em diversas frentes das artes e da cultura no estado do Amazonas, se destacando especialmente na literatura e no teatro.
Segundo o irmão de Márcio, Amecy Souza, Márcio Souza começou a passar mal no final da tarde de domingo.
“Como a gente mora em apartamento um do lado do outro, ele foi lá, disse que estava passando mal com dor no coração. A minha filha queria levar ele para o médico, domingo às 7h, mas ele disse: ‘Não, minha filha, pare com isso. Eu vou me deitar, segunda-feira estou bem'”, contou o irmão.
O ator, poeta e jornalista Dori Carvalho lamentou muito o falecimento do amigo de décadas.
“Márcio Souza é a mais completa tradução desta cidade de Manaus, do Amazonas, da Amazônia, com sua verve literária, a ironia sempre divertida e sempre presente, é uma tristeza muito grande, tinha tanto ainda a nos dar”, lamenta o amigo poeta.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, chega a ser difícil enumerar tudo aquilo que Márcio Souza fez pelo Estado do Amazonas.
“Ele que já esteve à frente da Biblioteca Nacional, ele que já esteve à frente da Funarte, com muitos títulos editados em diversas línguas, alguém que realmente falava da Amazônia muito bem, então fica aqui o nosso respeito e admiração a essa memória tão importante, dessa pessoa tão generosa que tão bem compartilhava todo o seu conhecimento”, declarou Marcos Apolo
O legado
Na literatura, Márcio Souza é autor de obras que já constam entre os grandes clássicos da literatura brasileira, como “Galvez, Imperador do Acre” (1976) e “Mad Maria” (1980). Este último foi adaptado para Televisão pela Rede Globo, em 2005, se tornando uma minissérie de Benedito Ruy Barbosa sobre a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
Outras grandes obras de sua autoria são “A Invenção da Amazônia”, “Amazônia Indígena”, “A Caligrafia de Deus”, “Operação Silêncio”, “O Fim do Terceiro Mundo” e “Lealdade”, pelo qual recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1997.
Márcio Souza também escreveu para teatro. E, mais que isso, fez teatro em Manaus com o grupo de Teatro Experimental do Sesc, o Tesc, o qual liderou em dois momentos distintos: do início dos anos 70 até o início dos anos 80 do século passado, e entre os anos 2000 e 2010.
Com o grupo Tesc, Márcio Souza escreveu e encenou espetáculos de teatro memoráveis, como “A Paixão de Ajuricaba”, “As Folias do Látex”, “Jurupari – A Guerra dos Sexos”, a cantata “Dessana, Dessana”, entre outro. Também dirigiu o filme “A Selva”.
Intelectual de ressonância nacional, Márcio Souza foi diretor da Biblioteca Nacional e da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Atualmente, era diretor da Biblioteca Pública e do Departamento de Gestão de Bibliotecas da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Governo do Amazonas.
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