Por que há mais árvores no centro de Brasília do que nas outras regiões do DF? Veja imagens


Segundo Benny Schvarsberg, da Universidade de Brasília (UnB), fato pode ter relação com racismo ambiental. Imagens mostram que regiões menos privilegiadas sofrem com falta de áreas verdes. Imagens de satélite mostram Asa Norte (centro da capital) e Ceilândia (região mais afastada do centro da cidade), no DF, vistas de cima.
Google Earth
Olhando para diferentes regiões administrativas do Distrito Federal, é possível perceber que o centro de Brasília possui mais áreas verdes que as localidades mais afastadas (veja acima). 🌳De acordo com o professor Benny Schvarsberg, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB), falta de vegetação pode ter relação com o racismo ambiental.
🔎 Racismo ambiental: quando comunidades marginalizadas sofrem com mais com poluição, desastres ambientais e falta de acesso a recursos naturais.
Segundo Benny Schvarsberg, imagens de satélite mostram que regiões mais pobres, como Sol Nascente, Santa Maria, Ceilândia, Paranoá, Itapoã e Arapoanga aparecem com aspecto “marrom”, inclusive nas áreas livres (veja mais abaixo).
“É bastante evidente que nas áreas privilegiadas, as chamadas áreas nobres, há exuberância de vegetação e que, em geral, são bem mantidas”, diz Benny Schvarsberg.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 no WhatsApp.
O g1 entrou em contato com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), empresa pública responsável pelo plantio e manutenção da arborização do Distrito Federal. A Novacap diz que o Plano Piloto, no centro de Brasília, foi planejado com áreas para arborização que são preservadas. Já outras localidades tiveram “origem sem o devido planejamento ou critérios de preservação”.
Regiões administrativas vistas de cima
Veja imagens que comparam áreas privilegiadas, como Lago Sul e Asa Norte, com áreas mais afastadas do centro da capital, como Ceilândia e Itapoã.
👉 O Lago Sul não faz parte do Plano Piloto, mas é considerada região nobre de Brasília.
Lago Sul, região nobre do DF, vista de cima.
Google Earth
Ceilândia, no DF, vista de cima.
Google Earth
Asa Norte, no DF, vista de cima.
Google Earth
Itapoã, no DF, vista de cima.
Google Earth
Crescimento populacional
Segundo a professora Marta Adriana Bustos Romero, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), em algumas regiões do Distrito Federal, as áreas verdes não acompanharam o crescimento populacional.
Quantidade de moradores nas regiões administrativas
👉 Mesmo com o crescimento populacional no Plano Piloto, a arborização da região é perceptível pelas imagens de satélite.
👉 Segundo a professora Marta Adriana, apenas 10 regiões do Distrito Federal concentram 63,5% do número de parques e 77,2% da área destinada para esse fim.
Preservação no Plano Piloto
Segundo a Novacap, o Plano Piloto foi “agraciado”, desde seu planejamento na construção de Brasília, com áreas destinadas à arborização” . A empresa pública responsável pelo plantio e manutenção da arborização do DF diz ainda que o tombamento da região garantiu que essas áreas fossem preservadas.
“Isto não significa que esta localidade seja escolhida para receber mais plantios que as outras regiões administrativas”, diz a Novacap.
A Novacap aponta ainda que “localidades que tiveram origem sem o devido planejamento ou critérios de preservação, devido a fatores como pressão imobiliária ou construção de edificações e avanços sobre áreas públicas, diminuem consideravelmente as possibilidades de plantios”.
Plantio de árvores no DF
De acordo com a Novacap, 79.199 árvores foram plantadas entre 2024 e 2025 no DF, mas a companhia não especificou a quantidade destinada para cada região.
👉 Entre as regiões administrativas com mais plantio de árvores e palmeiras no programa anual de arborização estão:
Brasília: 65.020
Lago Norte: 15.489
Samambaia: 14.711
👉 Sobre os critérios para a arborização, a Novacap diz que os locais e a quantidade de mudas a serem plantadas nas regiões administrativas têm como origem:
Levantamentos de campo realizados pela própria empresa
Projetos públicos em execução
Demandas advindas da administrações regionais, órgãos, entidades, sociedade civil organizada e comunidade em geral
Depois são analisados outros fatores, como a escolha da espécie adequada em relação ao local demandado.
Consequências da falta de áreas verdes
Chuva forte trouxe transtornos para moradores de Ceilândia, Pôr do Sol e Sol Nascente
Segundo a professora Marta Adriana, as árvores são responsáveis pela geração de “ilhas de frescor”.
“O conforto que proporcionam deve-se tanto a redução da temperatura radiante como a preservação da umidade relativa do ar, o plantio de árvores cria e mantém as áreas verdes”, diz a professora.
O professor Benny Schvarsberg destaca que as regiões sem áreas verdes sofrem com menor qualidade do ar, mais alagamentos durante as chuvas e causam impacto na saúde no período de seca.
LEIA TAMBÉM:
ÁRVORES FRUTÍFERAS: veja melhores lugares para colher frutas nas ruas do DF
INOVAÇÃO: cientistas brasileiros desenvolvem tecnologia para reduzir queda de árvores nas grandes cidades
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.