Assessor parlamentar denuncia vereador de Boa Vista por agressão e pede cassação de mandato


Marcos Dantas, de 43 anos, acusa o vereador Júlio Cézar Medeiros (MDB) de agredi-lo com socos e chutes na cabeça. Pedido de cassação de mandato foi protocolado no dia 27 de março na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP) da Câmara Municipal. Marcos Dantas sofreu ferimentos na boca, testa e no nariz.
Arquivo pessoal
O assessor parlamentar Marcos Dantas, de 43 anos, acusa o vereador de Boa Vista, Júlio Cézar Medeiros (MDB), de agredi-lo com socos e chutes na cabeça. Ele protocolou um pedido de cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro parlamentar na Câmara Municipal.
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A vítima teve, conforme laudo pericial, ferimentos em diversas parte do rosto, como hematomas entre as sobrancelhas, úlceras na língua, cortes na boca e fratura nos ossos do nariz. Em entrevista ao g1, o assessor afirmou que quer justiça. Ele trabalha com o vereador há cerca de três anos.
“Eu quero justiça. Eu quero, realmente, que a Câmara Municipal tome as devidas providências” afirmou Marcos Dantas.
O g1 procurou o vereador duas vezes por meio de mensagens para comentar as acusações, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. As agressões aconteceram no dia 1° de fevereiro, na frente da casa da vítima, localizada no bairro Cinturão Verde, zona Oeste da capital.
Marcos contou que a violência ocorreu depois de uma brincadeira, quando ele chamou o vereador de “corno velho” e “baitola”, durante uma roda de conversa com alguns colegas. O parlamentar não estava presente na ocasião, mas soube da situação por meio de uma gravação de áudio.
O assessor parlamentar afirma que as brincadeiras eram normais entre eles. Os dois se conhecem há mais de 20 anos e eram amigos, de acordo com ele.
“Tem um carro que eu comprei dele, a gente tinha um negócio. E aí ele chegou lá [na casa], desceu do carro dele já e já falou assim: ‘entrega a chave do carro’, para um funcionário dele. Quando eu saio do meu portão para atravessar a rua, para entregar a chave do portão, foi exatamente na hora que ele deu o primeiro [golpe] na nuca. Quando ele deu, eu já desmaiei e segundo informação da vizinhança, ele continuou dando vários golpes”, contou.
Marcos Dantas, de 43 anos, acusa o vereador de Boa Vista, Júlio Cézar Medeiros (MDB), de agredi-lo com socos e chutes na cabeça.
Yara Ramalho/g1 RR
De acordo com o assessor, além de cometer as agressões físicas, Júlio Cézar se apropriou do carro dele. Os dois haviam feito um acordo verbal de venda do veículo. O assessor fez parte do pagamento ao vereador, mas ele pediu o veículo de volta após receber a gravação de áudio.
O caso foi registrado em boletim de ocorrência no Plantão Central da Polícia Civil, no dia em que as agressões ocorreram, pelos crimes de lesão corporal dolosa e apropriação indébita — que consiste em tomar posse de um bem que não é seu. Após o registro do boletim, a vítima fez exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), que concluiu a existência de “lesões com características compatíveis com ação contusa”.
Procurada pelo g1, a Polícia Civil informou que o caso “segue em investigação para o esclarecimento dos fatos”.
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Pedido de cassação
O pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar foi protocolado na última quinta-feira (27) na Câmara Municipal de Boa Vista. Ele foi formalizado pelo assessor parlamentar, que também é produtor de eventos.
No documento, o assessor alegou que foi agredido “violentamente com socos” e que mesmo estando inconsciente, Júlio Cézar “desferiu inúmeros pontapés na região da cabeça”, resultando em graves lesões faciais.
O documento foi apresentado à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP) da Câmara Municipal de Boa Vista. Procurado, o presidente da comissão, vereador Ítalo Otávio (Republicanos) informou que, inicialmente, “nada chegou para nossa comissão”, mas que irão averiguar e dar andamento a qualquer demanda “que chegue através da presidência da Casa Legislativa”.
Júlio Cézar Medeiros é filho da deputada estadual Aurelina Medeiros (PP) e está no quarto mandato como vereador. Em 2024, ele foi eleito com 3.695 votos.
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