Audiência de viúva, irmã e cunhado acusados de matar comerciante terá andamento em maio; entenda


Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas no apartamento da irmã, Marcelly, em Praia Grande (SP). A parente, Rafaela Costa (viúva) e Mario Vitorino (cunhado) foram presos acusados de envolvimento no crime. O trio passou por audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (20), mas o juiz determinou a continuidade do processo para maio deste ano. Imagens mostram Marcelly e Rafaela (à esq. e dir., respectivamente) e Mario Vitorino
Reprodução
Rafaela Costa, Marcelly Peretto e Mario Vitorino, os três acusados de envolvimento na morte do comerciante Igor Peretto, assassinado a facadas em um apartamento em Praia Grande, no litoral de São Paulo, participaram de uma audiência de instrução no Fórum da cidade nesta quinta-feira (20).
O g1 apurou que, por conta da quantidade de testemunhas a serem ouvidas, o juiz determinou um novo encontro para o próximo dia 7 de maio.
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Igor foi morto a facadas no dia 31 de agosto em Praia Grande, no apartamento da irmã. De acordo com as investigações, o crime teria sido premeditado pelos três:
Rafaela Costa, viúva de Igor Peretto;
Marcelly Peretto, irmã de Igor Peretto;
Mario Vitorino, cunhado e sócio de Igor.
Na audiência de instrução, que teve início na manhã desta quinta-feira (20), as partes começaram a apresentar as provas e argumentos para o andamento do processo.
O encontro foi encerrado por volta das 19h30, sendo que cinco testemunhas foram ouvidas pelo juiz. O magistrado determinou a continuidade da audiência no próximo dia 7 de maio devido a quantidade de declarantes.
Chegada do trio ao Fórum
Um vídeo, obtido pelo g1, mostra Marcelly Peretto, Rafaela Costa e Mario Vitorino (nessa ordem) chegando para uma audiência de instrução e julgamento no Fórum de Praia Grande. As imagens foram enviadas pelo vereador e irmão da vítima Tiago Peretto, que vai depor como testemunha.
O vídeo mostra que Mario Vitorino olhou para a população, que acompanhava a chegada do trio na porta do fórum, e mesmo algemado fez um gesto com as mãos (veja abaixo).
Trio acusado de envolvimento na morte de Igor Peretto chega a fórum para audiência
Conforme apurado pelo g1, na audiência as partes apresentarão provas e argumentos para o andamento do processo. Em seguida, o juiz deve determinar a sentença de pronúncia ou impronúncia, dizendo se os réus vão a júri ou não, após ouvir as testemunhas.
Caso o magistrado determine a sentença de pronúncia, os réus serão submetidos ao julgamento por júri popular. No entanto, também há a possibilidade de impronúncia, caso o juiz rejeite a acusação do crime por falta de provas suficientes, por exemplo.
Expectativa dos advogados
Mario Vitorino, Marcelly Peretto e Rafaela Costa foram presos por envolvimento na morte de Igor Peretto
Polícia Civil
O advogado de Marcelly, Leandro Weissmann, afirmou que está confiante que a verdade prevaleça. “Eis que a sua prisão se mostra injustificada e as ‘verdades’ trazias por pseudo blogueiros e influencers não condiz com as provas dos autos, enganando a população e incitando-os contra a minha cliente”, disse.
Marcelo Cruz, representante de Rafaela, alegou que tem muito a esclarecer na ação penal. “Testemunhas serão ouvidas e será a primeira oportunidade para construção das provas dentro do chamado contraditório. Nessa fase, acusação e defesa, tem oportunidade de produzir provas”, afirmou.
O g1 procurou o advogado Mario Badures, que representa Mario, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Por fim, o assistente de acusação Felipe Pires de Campos disse acreditar que “tudo irá transcorrer da melhor forma possível, confiando o que desde a investigação já vinha se demonstrando e, ao final, todos sejam pronunciados”.
Triângulo amoroso
Casais (Mário e Marcelly, à esq. e Igor e Rafaela, à dir.) moravam próximos em Praia Grande (SP)
Redes Sociais
O MP-SP concluiu que o trio premeditou o crime porque Igor era um “empecilho no triângulo amoroso” entre Rafaela, Marcelly e Mario Vitorino. Ao g1, a promotora Roberta afirmou ter considerado o caso como “chocante e violento”.
A promotora disse que em nenhum momento os envolvidos tentaram salvar Igor ou minimizar o sofrimento dele. “Fizeram buscas de rota de fuga ou de quanto tempo demoraria para [o corpo] cheirar e chamar a atenção de alguém e eles terem tempo de fugir”, complementou.
Vantagem financeira
Igor Peretto, irmão do vereador de São Vicente (SP), Tiago Peretto (União Brasil), foi morto a facadas em Praia Grande
Reprodução/Redes Sociais e Thais Rozo/g1
De acordo com a denúncia recebida pela Justiça, a morte de Igor traria “vantagem financeira” aos acusados. Os advogados dos presos negaram a versão apresentada pelo MP-SP, que afirmou que Rafaela mantinha relacionamentos extraconjugais com Mário e Marcelly, estabelecendo uma relação íntima entre o trio sem o conhecimento do comerciante.
O Ministério Público citou quais seriam as vantagens financeiras aos denunciados. Segundo o órgão, Mário poderia assumir a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com o cunhado, enquanto a viúva receberia herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”.
O MP considerou a ação do trio contra Igor um “plano mortal”. O documento diz que eles planejaram o crime, sendo que Mário desferiu as facadas, a viúva atraiu o comerciante e, junto com Marcelly, incentivou Mário a matá-lo.
O órgão levou em conta essas informações para elaborar a denúncia por homicídio qualificado. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles.
Ainda segundo a denúncia, o assassinato também foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois Igor estava desarmado e foi atacado por uma pessoa com quem tinha relacionamento próximo e de quem não esperava mal.
Sobre o crime
Cronologia da morte do comerciante Igor Peretto: tudo que se sabe da descoberta da traição à morte
Reprodução
O crime aconteceu em 31 de agosto no apartamento da irmã de Igor, em Praia Grande. Dentro do imóvel estavam a vítima, Marcelly e Mário Vitorino. Rafaela chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com o suspeito pelo assassinato.
De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mário. Além disso, o advogado de Marcelly chegou a dizer que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario no apartamento.
Igor Peretto foi morto a facadas e teria ficado tetraplégico [sem movimento do pescoço para baixo] se tivesse sobrevivido. A informação consta em laudo necroscópico obtido pelo g1. Três pessoas próximas à vítima foram presas: Viúva, irmã e cunhado.
Prisões
Mario, Marcelly e Rafaela, investigados pelo homicídio contra o comerciante Igor Peretto
Reprodução e Redes sociais
As mulheres se entregaram e foram presas em 6 de setembro, enquanto Mário foi detido após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela, em Torrinha (SP), no dia 15 do mesmo mês.
O trio havia sido preso temporariamente em setembro e, no início de outubro, a prisão temporária foi prorrogada. Na ocasião, a defesa de Rafaela chegou a entrar com pedido de habeas corpus, que foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões do trio, de temporárias para preventivas, após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, do MP-SP.
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