Atentados na Grande Florianópolis: porquê facção queria dominar comunidade do Papaquara

Um conflito entre facções na comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha, desencadeou os atentados de 19 de outubro de 2024 na Grande Florianópolis. A primeira fase da operação, que investiga os ataques, foi deflagrada na quinta-feira (20) e trouxe a tona o porquê da investida do PGC (Primeiro Grupo Catarinense) no território.

Comunidade do Papaquara, na Vargem Grande, onde ocorreu conflito entre facções em outubro de 2024

Comunidade do Papaquara, na Vargem Grande – Foto: Arquivo/Joyce Reinert/ND

Os atentados na Grande Florianópolis foram uma série de ataques a carros e barricadas que bloquearam as principais rodovias da região, como a BR-282, em São José, e a BR-101, em Palhoça. Uma investigação da Polícia Civil apontou que os ataques foram desencadeados por conta de um conflito que ocorria no bairro Vargem Grande, no Norte da Ilha.

Durante os três dias que antecederam os atentados na Grande Florianópolis, integrantes do PGC tentavam assumir a comunidade do Papaquara, domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Conforme o Delegado Antônio Seixas Joca, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), na sexta-feira, 18 de outubro, dez homens tentaram invadir a comunidade do Papaquara. A PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) interrompeu a ação e cercou o grupo.

A investigação revelou que os atentados na Grande Florianópolis foram orquestrados pelo PGC para distrair e dividir as forças policiais que cercavam o grupo que tentava invadir a comunidade e, assim, viabilizar a fuga dos integrantes da facção. Durante o cerco, uma pessoa morreu e outras cinco foram presas.

Invasão na comunidade do Papaquara consolidaria domínio de facção no Norte da Ilha

O delegado Joca explica que o Papaquara é o único ponto do Norte da Ilha dominado pelo PCC. Segundo ele, uma invasão bem sucedida na comunidade consolidaria o domínio do PGC na região.

No entanto, Joca ressalta que a facção paulista está há anos na comunidade e que constantemente é alvo de operações policiais.

“A facção que domina o Papaquara realmente já está há anos ali, controlando o tráfico de drogas. É uma coisa às vezes até mais velada, mas da mesma forma que investiga a facção catarinense, investigamos o grupo paulista. São inúmeras operações policiais que a gente realiza naquela comunidade.”

Líder de invasão ordenou chacina na comunidade: ‘Era para matar todo mundo’

Fortemente armados, o grupo do PGC que tentou invadir o Papaquara era liderado por Romarinho, identificado como um dos mandantes dos atentados na Grande Florianópolis. O delegado conta que a investigação teve acesso a áudios nos quais, Romarinho dá comandos aos comparsas que o ajudariam na invasão, que colocou em risco a vida dos moradores da comunidade.

“A gente tem áudios dele dizendo aos invasores que era para matar todo mundo, inclusive moradores que estivessem pela frente. Ou seja, eles foram com bastante munição, com armamento pesado, no intuito de realmente fazer uma chacina ali”, revela Joca.

Segundo a Polícia Civil, Romarinho foi morto em confronto com policiais no início de janeiro, em uma operação no morro Santa Vitória, em Florianópolis. Conforme o delegado, ele era conhecido pela polícia por ser “extremamente violento”.

Dez envolvidos nos atentados na Grande Florianópolis são presos em operação

Na manhã desta quinta-feira (20), a polícia deflagrou a operação “Tolerância Zero” e prendeu dez envolvidos nos atentados na Grande Florianópolis. Um dos mandados foi cumprido dentro da Penitenciária de Florianópolis, na Agronômica, de onde um dos mandantes ajudou a orquestrar os ataques.

O delegado Joca explica que os mandados de prisão cumpridos nesta quinta miraram nos suspeitos de participarem dos ataques, mas principalmente nos mandantes do crime.

Além das prisões, a polícia apreendeu dois carros de luxo, modelo Range Rover, e drogas.

Segundo Joca, esta foi a primeira fase da operação “Tolerância Zero”. A próxima etapa está focada em identificar e prender mais líderes, além de pessoas que teriam sido responsáveis por emprestar armas e imóveis para que a facção realizasse reuniões para a organização da invasão e dos ataques.

Ao todo, dez foram presos nesta quinta - Secom/Divulgação/ND

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Ao todo, dez foram presos nesta quinta – Secom/Divulgação/ND

Maioria dos presos estavam em comunidades da Grande Florianópolis - Secom/Divulgação/ND

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Maioria dos presos estavam em comunidades da Grande Florianópolis – Secom/Divulgação/ND

Polícia Civil conclui que disputa entre facções criminosas motivou atentados na Grande Florianópolis - Reprodução/ ND

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Polícia Civil conclui que disputa entre facções criminosas motivou atentados na Grande Florianópolis – Reprodução/ ND

Atentados da Grande Florianópolis ocorreram em 19 de outubro de 2024 - Secom/Divulgação/ND

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Atentados da Grande Florianópolis ocorreram em 19 de outubro de 2024 – Secom/Divulgação/ND

Foram 23 mandados de busca e apreensão - Secom/Divulgação/ND

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Foram 23 mandados de busca e apreensão – Secom/Divulgação/ND

Cachorros da polícia também participaram da operação - Secom/Divulgação/ND

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Cachorros da polícia também participaram da operação – Secom/Divulgação/ND

Polícia apreendeu drogas - Secom/Divulgação/ND

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Polícia apreendeu drogas – Secom/Divulgação/ND

Operação mobilizou 150 policiais - Secom/Divulgação/ND

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Operação mobilizou 150 policiais – Secom/Divulgação/ND

Foto mostra delegado-geral da PCSC, Ulisses Gabriel - Secom/Divulgação/ND

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Foto mostra delegado-geral da PCSC, Ulisses Gabriel – Secom/Divulgação/ND

Mandados foram cumpridos em Florianópolis, Sao José e Palhoça - Secom/Divulgação/ND

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Mandados foram cumpridos em Florianópolis, Sao José e Palhoça – Secom/Divulgação/ND

Foto mostra, da direita para esquerda, delegados Daniel Régis, Ulisses Gabriel e Antônio Joca - PCSC/Divulgação/ND

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Foto mostra, da direita para esquerda, delegados Daniel Régis, Ulisses Gabriel e Antônio Joca – PCSC/Divulgação/ND

10 pessoas foram presas nesta quinta (20) - PCSC/Divulgação/ND

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10 pessoas foram presas nesta quinta (20) – PCSC/Divulgação/ND

Dois carros de luxo, modelo Range Rover, foram apreendidos com suspeitos presos - Gabriela Ferrarez/ND

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Dois carros de luxo, modelo Range Rover, foram apreendidos com suspeitos presos – Gabriela Ferrarez/ND

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