‘Ainda estou aqui’: Senado homenageia Fernanda Torres e Fernanda Montenegro com diploma Berth Lutz

Diploma é concedido a pessoas que se destacaram na defesa de direitos da mulher e questões de gênero no Brasil. As duas atrizes participaram de filme que ganhou Oscar de melhor produção internacional. O Senado Federal anunciou nesta quinta-feira (6) que as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro foram escolhidas para receber o Diploma Bertha Lutz, que homenageia mulheres que se destacaram na defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil.
Mãe e filha, as atrizes interpretam Eunice Paiva, esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva no filme “Ainda Estou Aqui”, primeiro filme original Globoplay. Rubens Paiva foi assassinado em janeiro de 1971, durante a ditadura militar no Brasil.
Indicado a três categorias do Oscar, incluindo Melhor Filme Internacional, Melhor Filme e Melhor Atriz, “Ainda estou aqui” venceu o prêmio na primeira disputa. Fernanda Torres foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz, que ficou com Mikey Madison, pelo filme Anora.
O filme garantiu o primeiro Oscar para o Brasil. Torres e Montenegro foram as únicas brasileiras a serem indicadas ao Oscar de Melhor Atriz. Montenegro foi indicada em 1999 pelo filme “Central do Brasil” e acabou perdendo para Gwyneth Paltrow pela atuação no filme “Shakespeare Apaixonado”.
Além do Oscar, “Ainda estou aqui” ganhou outros 39 prêmios, desde que começou a percorrer o circuito de festivais no ano passado.
O filme levou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza e também garantiu o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama para Fernanda Torres.
As indicações das atrizes para receber a homenagem foram feitas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
A homenagem será realizada no dia 26 de março. Bertha Lutz, que nomeia o diploma, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil e foi uma das responsáveis por ações políticas que resultaram em leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos no início do século 20.
Além de Torres e Montenegro, outras 17 mulheres também foram agraciadas com o diploma.
Veja a lista completa:
Ani Heinrich Sanders, produtora rural do Estado do Piauí;
Antonieta de Barros (in memoriam), primeira mulher negra a ser eleita deputada no Brasil, pelo Estado de Santa Catarina;
Bruna dos Santos Costa Rodrigues, Juíza de Direito no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará;
Conceição Evaristo, escritora e membro da Academia Mineira de Letras;
Cristiane Rodrigues Britto, advogada e ex-Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos;
Elaine Borges Monteiro Cassiano, reitora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS);
Elisa de Carvalho, pediatra, professora universitária e membro da Academia de Medicina de Brasília;
Fernanda Montenegro, atriz reconhecida internacionalmente, escritora e membro da Academia Brasileira de Letras;
Fernanda Torres, atriz carioca reconhecida internacionalmente;
Janete Vaz de Oliveira, empreendedora e cofundadora do Grupo Sabin;
Jaqueline Gomes de Jesus, escritora, professora e primeira gestora do sistema de cotas para negros da Universidade de Brasília (UnB);
Joana Marisa de Barros, médica mastologista e imaginologista mamária no Estado da Paraíba;
Lúcia Willadino Braga, neurocientista e Presidente da Rede Sarah;
Maria Terezinha Nunes, coordenadora da Rede Equidade e ex-coordenadora do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça do Senado Federal;
Marisa Serrano, ex-senadora pelo Estado do Mato Grosso do Sul;
Patrícia de Amorim Rêgo, Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre;
Tunísia Viana de Carvalho, ativista dos direitos maternos e infantojuvenis;
Virgínia Mendes, filantropa e primeira-dama do Estado do Mato Grosso;
Viviane Senna, filantropa e presidente do Instituto Ayrton Senna.
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