Veículo avança contra multidão e deixa 28 feridos em Munique

Membros dos serviços de emergência trabalham no local onde um carro atropelou uma multidão na cidade de Munique, no sul da AlemanhaMichaela STACHE

Michaela STACHE

Um solicitante de asilo afegão foi preso acusado de lançar um carro contra uma multidão na cidade alemã de Munique nesta quinta-feira (13), em um incidente que deixou pelo menos 28 pessoas feridas e que as autoridades locais disseram ter sido “um atentado”.

O ataque ocorreu poucos dias antes das eleições legislativas alemãs de 23 de fevereiro, dominadas pela questão migratória.

Nas eleições, o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) pode obter mais de 20% dos votos, o dobro do que obteve em 2021, de acordo com as últimas pesquisas.

“Estamos chocados com um ataque terrível em Munique”, escreveu o chanceler alemão Olaf Scholz na rede X. “O autor deve sentir todo o peso da lei”, acrescentou.

“Este criminoso não pode contar com nenhum tipo de clemência. Ele deve ser punido e deve deixar o país”, havia declarado o chanceler à imprensa um pouco antes.

Por volta das 10h30, horário local (06h30 em Brasília), o suspeito, dirigindo um Mini Cooper, aproximou-se por trás de uma marcha de manifestantes convocada pelo sindicato do setor de serviços Verdi, segundo a polícia.

Ele então ultrapassou o carro da polícia que estava atrás do desfile e acelerou em direção à multidão, espalhando pânico.

Segundo o último balanço, 28 pessoas ficaram feridas, várias delas em estado grave. Algumas estão entre a vida e a morte e entre os feridos há crianças.

Um jornalista da AFP que foi ao local viu o Mini Cooper e um homem ferido consciente sendo levado para uma ambulância.

O subchefe da polícia local, Christian Huber, disse que o suspeito foi preso no local e que era um solicitante de asilo afegão de 24 anos.

– Fichado na polícia-

O indivíduo tinha passagem pela polícia por problemas com drogas e roubo.

Segundo a imprensa alemã, o homem é Farhad N., nascido em Cabul e que chegou à Alemanha no final de 2016. Seu pedido de asilo foi rejeitado, mas ele foi colocado sob proteção subsidiária, o que suspendeu sua deportação.

Segundo o Spiegel, ele teria espalhado mensagens islamistas antes de participar do evento.

O motorista “colidiu com as pessoas e arrastou cerca de 15”, explicou Alexa Graef, uma estudante que trabalha nas proximidades e testemunhou o incidente.

“Não teve muito tempo para acelerar, mas provavelmente estava indo a 50 ou 60 km/h, talvez 80”, disse. “Estou em choque”, acrescentou.

O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, afirmou que o suposto ataque não estava relacionado à Conferência de Segurança de Munique, que reúne a nata da diplomacia mundial de sexta a domingo na cidade.

Entre outros, a reunião contará com a presença do vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, e do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Mas o certo é que isso terá impacto na campanha eleitoral, já marcada por forte polarização em questões migratórias e de segurança interna.

Uma das principais figuras da AfD, Björn Höcke, denunciou no X a “decomposição do Estado” e pediu “voto contra os partidos do cartel”, como chama as formações do atual governo de centro-esquerda de Scholz e a oposição conservadora e liberal.

Recentemente, houve um ataque com faca na Baviera, em 22 de janeiro, na localidade de Aschaffenburg.

Um afegão em situação irregular e com problemas psiquiátricos atacou um grupo de crianças em um parque e matou duas pessoas, um menino de dois anos e um transeunte de 41 anos que tentou intervir.

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