Relatório técnico aponta: excesso de peso, velocidade acima do limite e um motorista sem o descanso adequado são alguns dos fatores que levaram à tragédia. Exclusivo: vídeos reconstituem acidente que matou 39 pessoas em Minas
O Fantástico traz com exclusividade imagens que reconstituem um acidente grave: elas fazem parte da perícia da Polícia Rodoviária Federal sobre a colisão entre uma carreta e um ônibus que deixou 39 mortos em Minas Gerais, no fim do ano passado.
O relatório técnico aponta: excesso de peso, velocidade acima do limite e um motorista sem o descanso adequado são alguns dos fatores que levaram à tragédia.
Marcas do desastre estão no asfalto e nas margens da estrada. E na vida dos sobreviventes, como o Gilberto Gomes de Souza, um dos passageiros do ônibus. No momento do acidente, ele estava no banheiro.
“Quando senti o impacto no ônibus, e eu pus a cara na porta do banheiro, aí praticamente o fogo já vinha quase chegando”, conta Gilberto.
Trinta e nove pessoas morreram quando, na madrugada do dia 21 de dezembro, o ônibus em que viajavam foi atingido por uma pedra de quartzito, que se soltou de uma carreta na BR 116, em Teófilo Otoni, leste de MG.
O acidente também envolveu outros três veículos. Onze pessoas ficaram feridas.
Dois meses após o acidente, a Polícia Rodoviária Federal concluiu a perícia administrativa que ajuda a esclarecer o tombamento de parte da carga de quartzito, uma rocha muito usada como revestimento.
O Fantástico teve acesso ao laudo da PRF. Uma das principais conclusões: a carreta, que tinha dois semirreboques, transportava 16 toneladas e 261 quilos além do peso máximo permitido. Por isso, um reforço foi colocado irregularmente na suspensão.
O laudo também revelou que uma das travas de segurança do semirreboque, as alças e correntes estavam sem a identificação do fabricante, não sendo possível atestar a resistência e a conformidade.
Os vídeos que foram feitos pelos peritos e mostram como aconteceu o acidente.
Quando a carreta faz a curva, o semirreboque de trás começa a tombar e a se soltar. Uma caminhonete passa de raspão. O ônibus é atingido. E o carro que vinha atrás do ônibus bate no semirreboque, imprensado por outro carro.
Além do Gilberto, cinco passageiros sobreviveram.
A perícia constatou que, na madrugada do acidente, a carreta chegou trafegar a 117 quilômetros por hora. Pouco antes do acidente, a velocidade era de cerca de 93 km/h. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, ela só poderia andar a no máximo 80 km/h.
Falhas do motorista da carreta
A pericia também descobriu falhas no comportamento do motorista da carreta, Arilton Bastos Alves. Segundo a PRF, Arilton não respeitou o horário de descanso durante o trajeto, que começou em Santana do Acaraú, no Ceará, e terminaria em Barra de São Francisco, no Espirito Santo.
Segundo as investigações, após a batida, Arilton fugiu do local sem prestar socorro. Ele só se apresentou à Policia Civil dois dias depois da tragédia. Exames toxicológicos concluíram que, no dia do acidente, ele dirigia sob efeito de um ansiolítico, um antidepressivo, além de álcool, cocaína e ecstasy. Depois do laudo, a justiça decretou a prisão preventiva do motorista.
Em nota, a defesa de Arilton nega que ele estivesse alterado no momento do acidente e afirma que o motorista não é usuário de qualquer tipo de droga ilícita. Diz também que ele está apto a dirigir e trabalhar como motorista profissional e que não dirigia acima do limite de velocidade.
O Fantástico não conseguiu contato com a empresa HMA Logística e transportes limitada, responsável pela carreta.
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Marcas do desastre estão no asfalto e nas margens da estrada. E na vida dos sobreviventes, como o Gilberto Gomes de Souza, um dos passageiros do ônibus. No momento do acidente, ele estava no banheiro.
“Quando senti o impacto no ônibus, e eu pus a cara na porta do banheiro, aí praticamente o fogo já vinha quase chegando”, conta Gilberto.
Trinta e nove pessoas morreram quando, na madrugada do dia 21 de dezembro, o ônibus em que viajavam foi atingido por uma pedra de quartzito, que se soltou de uma carreta na BR 116, em Teófilo Otoni, leste de MG.
O acidente também envolveu outros três veículos. Onze pessoas ficaram feridas.
Dois meses após o acidente, a Polícia Rodoviária Federal concluiu a perícia administrativa que ajuda a esclarecer o tombamento de parte da carga de quartzito, uma rocha muito usada como revestimento.
O Fantástico teve acesso ao laudo da PRF. Uma das principais conclusões: a carreta, que tinha dois semirreboques, transportava 16 toneladas e 261 quilos além do peso máximo permitido. Por isso, um reforço foi colocado irregularmente na suspensão.
O laudo também revelou que uma das travas de segurança do semirreboque, as alças e correntes estavam sem a identificação do fabricante, não sendo possível atestar a resistência e a conformidade.
Os vídeos que foram feitos pelos peritos e mostram como aconteceu o acidente.
Quando a carreta faz a curva, o semirreboque de trás começa a tombar e a se soltar. Uma caminhonete passa de raspão. O ônibus é atingido. E o carro que vinha atrás do ônibus bate no semirreboque, imprensado por outro carro.
Além do Gilberto, cinco passageiros sobreviveram.
A perícia constatou que, na madrugada do acidente, a carreta chegou trafegar a 117 quilômetros por hora. Pouco antes do acidente, a velocidade era de cerca de 93 km/h. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, ela só poderia andar a no máximo 80 km/h.
Falhas do motorista da carreta
A pericia também descobriu falhas no comportamento do motorista da carreta, Arilton Bastos Alves. Segundo a PRF, Arilton não respeitou o horário de descanso durante o trajeto, que começou em Santana do Acaraú, no Ceará, e terminaria em Barra de São Francisco, no Espirito Santo.
Segundo as investigações, após a batida, Arilton fugiu do local sem prestar socorro. Ele só se apresentou à Policia Civil dois dias depois da tragédia. Exames toxicológicos concluíram que, no dia do acidente, ele dirigia sob efeito de um ansiolítico, um antidepressivo, além de álcool, cocaína e ecstasy. Depois do laudo, a justiça decretou a prisão preventiva do motorista.
Em nota, a defesa de Arilton nega que ele estivesse alterado no momento do acidente e afirma que o motorista não é usuário de qualquer tipo de droga ilícita. Diz também que ele está apto a dirigir e trabalhar como motorista profissional e que não dirigia acima do limite de velocidade.
O Fantástico não conseguiu contato com a empresa HMA Logística e transportes limitada, responsável pela carreta.
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