Os estragos da chuva em Florianópolis, provocado pelo alto volume de água, ainda exige atenção da prefeitura e dezenas de reparos. A estimativa é de que leve 90 dias para devolver a cidade ao estado anterior à enchente. Para tanto, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Manutenção da Cidade atua em diversas frentes, como operações tapa-buracos e a recuperação de sistemas de drenagem, resolvendo o que é possível com mais agilidade.
Danos maiores, como a cratera do Caminho dos Açores, levarão mais tempo. A gestão do prefeito Topázio Neto também segue com a ideia de elaborar um plano para mitigar eventuais danos em futuros eventos climáticos. Além disso, a capital catarinense soma cinco desabrigados e 110 desalojados recebendo assistência do Poder Público.
O secretário de Infraestrutura, Rafael Hahne, destacou que o município tem várias equipes nas ruas reconstruindo a cidade. Citou dez equipes focadas em consertos em lajotas e drenagem e equipes de tapa-buraco atendendo vias alimentadoras, para garantir a fluidez do trânsito.
“A cidade ainda está com muitos turistas, então, garantir o quanto antes essa liberação é importante. Além disso, as demandas continuam aparecendo e chegando, por isso, temos um volume grande de frentes de serviço para restabelecer a condição de normalidade”, afirmou o secretário.
Algumas situações, porém, são de difícil solução. É o caso da cratera da estrada Caminho dos Açores, em Santo Antônio de Lisboa. Haverá uma reunião de avaliação no local nesta sexta-feira (24), para se chegar à solução definitiva para o problema.
Antes, o secretário temia que não houvesse uma galeria substituta nas mesmas dimensões para a reconstrução, porém, esse temor acabou. “A princípio, temos galerias pré-moldadas à disposição no mercado. Isso nos dá um pouco de vantagem de tempo para tentar recuperar o ponto nos próximos 30 a 45 dias.”
Outro desafio é no Parque São Jorge. No início desta semana, os carros que estavam submersos num córrego do bairro foram removidos, mas ainda há mais trabalho pela frente no local, como trechos do muro de pedra que desabaram e precisam ser removidos do canal, para evitar problemas em caso de chuva.
“Ali necessita de uma obra de contenção, mas estamos priorizando situações mais críticas, como a rua João Carvalho [Agronômica], que é um corredor de ônibus, e também um muro de contenção no Sambaqui, que tem uma comunidade lá bastante isolada. Mas estamos fazendo trabalho de rescaldo, como limpeza nesse ponto do Parque São Jorge”, explicou Hahne.
Com relação ao entorno da praça do Córrego Grande, Hahne esclareceu que há um problema de drenagem e ainda não foi possível intervir no local. “Aquela drenagem já tinha um comprometimento anterior, e agora precisamos fazer um levantamento para a substituição. Não temos como dar prazo, porque ainda está em fase de levantamento de projeto para ver o que será feito”, salientou.
Tamanho do prejuízo dos estragos da chuva em Florianópolis
Para o município obter recursos do estado e do governo federal na reconstrução, a Defesa Civil ainda precisa cadastrar as informações. A partir daí, a tendência é conseguir ajuda para planos específicos, como é o caso do canal do Parque São Jorge.
“Temos que elaborar um projeto, encaminhar o pedido de recurso e daí pedir a liberação e valores para esse tipo de obra. Por isso que a ajuda imediata vai ter que ser com recurso da prefeitura”, declarou o secretário.
A prefeitura terminou de levantar o volume de danos e tem uma estimativa de valor que ainda será validada. Agora o foco é elaborar um orçamento mais detalhado, para saber os números do prejuízo com precisão.
“Temos muitos pontos ainda para conseguir chegar, então, quem estiver rodando pela cidade tome o máximo de cuidado. Podemos ter algum problema oculto, buracos que ainda não tínhamos, então, é preciso cautela”, alertou Hahne.
Assistência a desabrigados e desalojados
Além dos estragos da chuva nas vias, 25 casas foram interditadas devido aos riscos estruturais apresentados, deixando 110 pessoas desalojadas e cinco desabrigadas. Para minimizar os impactos, a prefeitura – por meio das secretarias de Assistência Social, da Fazenda e de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano – adotou novas medidas de suporte.
Os imóveis residenciais que sofreram danos estruturais têm direito à isenção das parcelas de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Famílias em situação de vulnerabilidade podem requisitar o Benefício Eventual Calamidade, pago em parcela única de R$ 500.
A prefeitura também oferece auxílio habitacional para moradores com residências interditadas. Destina-se a famílias com renda máxima de três salários mínimos, renda per capita de até um salário mínimo e que tenham apenas o imóvel atingido.
Além disso, a Fundação Somar distribui itens essenciais para apoiar famílias prejudicadas pela chuva e cadastradas pelo telefone 199 da Defesa Civil.
Andamento dos trabalhos de recuperação dos estragos da chuva em Florianópolis
Vias recuperadas:
- Rua General Nestor Passos
- Avenida Mauro Ramos
- Rua Ângelo La Porta
- Travessa Elisabete de Melo
- Parte da rodovia João Paulo
Em execução na quinta-feira (23):
- Servidão do Palmeira
- Rodovia João Paulo
- Rua João Mota Espezim
Na programação imediata:
- Rua da Represa
- Rua Pedra da Listra
- Rua Silveira de Souza
- Rua Osvaldo da Rocha (Sambaqui)
- Drenagem próxima à ponte do lado da Casan
- Travessa Debrandino Machado (Costeira)
- Servidão Orlando Carioni Machado (Morro do 25)
- Servidão Maria Felisberto da Silva (Saco dos Limões)
- Rua Rafael da Rocha Pires
- Estrada Caminho dos Açores
Reparos de muros:
- Servidão Felicidade
- Estrada Haroldo Soares Glavam
- Travessa Debrandino Machado
- Rua João Carvalho