Mais de 2 meses após fim da greve do INSS, servidores dizem que acordo não contemplou pedidos: ‘Poucos ganhos’


Greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durou 114 dias e precisou chegar ao fim em 6 de novembro de 2024. Porém, trabalhadores do setor não sentiram que foram favorecidos após paralisação. INSS em Rio Branco voltou os atendimentos em novembro de 2024
José Rodinei/Rede Amazônica
A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciada em 16 de julho de 2024, chegou ao fim 114 dias depois, em 6 de novembro do último ano. Mais de dois meses após o encerramento da paralisação, a categoria aponta que os pedidos feitos pelos servidores não foram contemplados.
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De acordo com o analista do seguro social, Etenne Hugo, o sindicato que representa a categoria assinou um acordo que, segundo ele, “não contemplou nada que foi pedido” pelos trabalhadores e, então, eles precisaram voltar ao trabalho de forma compulsória.
Nesta sexta-feira (24), comemora-se o dia do aposentado e o dia da Previdência Social, e os servidores do INSS no Acre dizem não se sentirem representados pela decisão de finalizar com a greve.
“Nós tivemos poucos ganhos e agora o governo vai implantar o Programa de Gestão e Desempenho (PGD), onde irá aumentar as metas e será obrigatório. Caso você não cumpra as metas, poderá sofrer processo administrativo disciplinar e até demissão”, comentou Etenne.
Etenne explica que além do fim da greve, os funcionários da agência da capital acreana, que antes da greve trabalhavam em home office, precisarão voltar a atender presencialmente.
“O presidente deseja que todos voltem para a agência e saiam do teletrabalho. Querem ficar somente com 15% no remoto, mas é esse povo que concede os benefícios”, disse ele.
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O analista do seguro social explicou também que o governo federal impôs o retorno e caso eles não voltassem, receberiam faltas.
“Se não tivéssemos essa volta, teríamos falta na codificação no ponto ao invés de greve. Sem contar que o ministro do STJ [Supremo Tribunal de Justiça] limitou a 80% para ficarem na agência ou seja, a greve só poderia ter um número de 20% de servidores”, comentou ele.
Dentre as exigências da categoria estavam:
Nível superior para ingresso no cargo de Técnico do Seguro Social
Reestruturação de carreira
Melhores condições de trabalho
Investimento em tecnologia
Tabela remuneratória de acordo a NT13 (com adicional de qualificação)
Abertura das mesas setoriais com prazo improrrogável (defesa do teletrabalho, novas regras para o bônus e pontuação).
Porém o analista afirmou que o sindicato assinou um acordo que não contemplou nada do que foi pedido por todos.
Os atendimentos voltaram em novembro, logo após a assinatura do acordo. “Foi o jeito. Iam cortar os salários”, lamentou Etenne.
Greve
No dia 16 de julho de 2024, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Rio Branco aderiram ao movimento nacional e entraram em greve. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Acre (Sindsep/AC).
Em agosto de 2024, a categoria votou pela rejeição de duas propostas apresentadas pelo governo federal e pela continuidade da greve da categoria. À época, a Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) afirmou que as propostas do Ministério da Gestão e Inovação não atendiam nenhum item das pautas.
Já em outubro do mesmo ano, ultrapassou os 100 dias e ainda não tinha tido um acordo com o Governo Federal. As principais reivindicações eram pela reestruturação de carreira, melhores condições de trabalho e investimento em tecnologia.
No dia 10 de outubro os servidores de todo o país estiveram em Brasília (DF), onde foram feitos vários atos e manifestações e até um enterro na Direção Central do INSS, no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, no Palácio do Planalto e no Ministério da Fazenda.
G1 em 1 minuto – AC: Inss completa mais de 100 dias de greve sem acordo
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