Adolescente é atingido por fogo durante ‘guerra de foguetes’ em ginásio de esportes em Goiânia


Mãe do adolescente disse que autorizou a participação e que ele está bem. Organizador do evento defende que a ação foi recreativa e beneficente. Grupo faz “guerra de foguetes” em Ginásio de Esportes em Goiânia, Goiás
Um adolescente de 16 anos foi atingido por fogo de uma candela romana durante uma “guerra de foguetes” que aconteceu no Ginásio de Esportes do Setor Orlando de Morais, em Goiânia. O artefato é um tipo de fogo de artifício usado popularmente como “varinhas”, que custa cerca de 5 reais. No vídeo, é possível ver que ele teve o cabelo dele queimado e um ferimento no pescoço.
O organizador, Denilson Lucas, de 22 anos, disse ao g1 que a guerra aconteceu apenas uma vez, em 22 de dezembro de 2024. Também defendeu que este foi um evento recreativo para maiores de 16 anos com autorização dos pais.
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A mãe do menino atingido, que preferiu não se identificar, confirmou ao g1 que autorizou o filho a participar do evento. “Ele está bem. Nem ficou marca”, comentou. A família não achou necessário que o adolescente passasse por atendimento médico já que considerou os ferimentos foram leves.
No vídeo publicado nas redes sociais, o adolescente aparece com um machucado no pescoço enquanto quem filma ri dos cabelos queimados. Ele também brinca: “ainda bem que vou cortar o cabelo hoje”. Depois, outro jovem aparece nas imagens com um machucado simular, na nuca. Este é o organizador do evento, que garante que não se machucou seriamente.
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O evento aconteceu no Ginásio de Esportes Orlando de Morais. Denilson disse que foi realizado a partir das 19h, porque “todo mundo que estava lá na quadra de esporte estava para participar da guerra. Quem não foi para participar, foi para assistir”. No entanto, afirma também que não tinha autorização para realizar o evento no local.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia para posicionamento sobre o uso do ginásio, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.
Adolescente de 16 anos se machuca em “Guerra de Foguete”, em Goiás
Reprodução / Redes Sociais
Riscos
Em entrevista à TV Anhanguera, o tenente Lino Matos, da Polícia Militar, descreveu a situação como “uma brincadeira sem graça que pode acabar mal”. Disse também que, em caso de denúncia, poderiam responder por perturbação de sossego, devido ao barulho que os fogos fazem, e também lesão corporal. “Essa prática não é adequada, é uma prática perigosa”, disse ele.
O Corpo de Bombeiros reforça a importância de manusear fogos de artifício com extrema cautela. “É fundamental adquirir produtos somente de estabelecimentos autorizados, seguir rigorosamente as instruções de uso e manter os fogos fora do alcance de crianças. Lembre-se de nunca segurar artefatos com as mãos ou acender próximos ao rosto e ao corpo”, disse.
O g1 questionou a Associação Brasileira de Pirotecnia sobre o uso e danos que as candelas romanas pode, causar, mas não recebeu resposta até a última atualização da reportagem.
Reclamações dos moradores
Segundo a Polícia Militar, na data do evento, receberam um chamado de um morador da região que falou em “algazarra, som alto e fogos de artifício em uma residência com mais de 30 pessoas”. Quando os policiais chegaram ao local, não encontraram irregularidades. Informaram também que a pessoa que acionou a polícia não a recebeu e temia represálias.
Sobre a reclamação, Denilson pede desculpas. “Eu entendo a população se assustar, porque, querendo ou não, são fogos, são foguetes. Lá não tinha só jovem, tinha pai também assistindo à guerra, tinha pai lá acompanhando. Teve toda uma organização”, disse.
“Eu peço desculpa a toda a população, entendeu? Não era essa a nossa intenção, nunca foi vandalizar. Não é como se a gente saísse por todos os setores vandalizando, foi uma coisa isolada e que infelizmente viralizou de uma forma negativa”, disse o organizador do evento.
O evento foi beneficente, informou o organizador. Aqueles que participaram, levaram 1 quilo de alimento não perecível para uma doação de Natal no setor e por meio das redes sociais. Segundo ele, conseguiram montar 14 cestas básicas.
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