Ex-PM é indiciado por aplicar golpe de R$ 20 milhões em colegas

Um ex-agente da Polícia Militar do Rio de Janeiro é investigado por um esquema de pirâmide que movimentou cerca de R$ 20 milhões. Djair Oliveira de Araújo e sua esposa teriam aplicado golpe em colegas de profissão do agente e foram indiciados por organização criminosa e estelionato.

Ex-agente da PM dá golpe em colegas e gera prejuízo de mais de R$ 20 milhões

Ex-agente da PM dá golpe em colegas e gera prejuízo de mais de R$ 20 milhões – Foto: Divulgação/Record/TV

Jair foi agente da PM por quase 10 anos. Em março de 2021 começou a se dedicar exclusivamente ao novo negócio, com uma corretora que realizava investimentos na bolsa da valores, a Dektos Investimentos. Nas redes sociais, ostentava um estilo de vida luxuoso, com carros e helicópteros de alto valor.

A demonstração de um alto padrão de vida levou muita gente a acreditar no negócio e contrair empréstimos. No entanto, logo depois, as vítimas pararam de receber o dinheiro e perceberam que perderam toda a quantia investida.

Djair e esposa se apresentavam como especialistas no mercado financeiro para dar golpe em colegas antigos do ex-PM

Djair e esposa se apresentavam como especialistas no mercado financeiro para dar golpe em colegas antigos do ex-PM – Foto: Divulgação/Record/TV

Djair e a esposa se apresentavam como especialistas em operações financeiras. “Ele falava muito que queria dar qualidade de vida pros colegas da segurança pública, que é um pessoal muito esquecido”, relata Maurício de Moraes Pacheco, agente de segurança pública ao Domingo Espetacular, da Record TV.

Wellington Oliveira, delegado da Polícia Civil, afirma que Djair agia de má fé. “Na verdade não tem carro nenhum, não é dono daqueles imóveis que ele demonstra ser. Ele fazia uma imagem falsa para iludir”.

Funcionário da corretora descobriu o golpe

Leonardo, que ocupava um cargo de confiança na empresa de Djair, descobriu o esquema fraudulento ao checar o balanço financeiro da empresa.

Quando o ex-agente da PM realizou uma viagem a Europa, o funcionário observou que as contas estavam zeradas. Djair havia sacado todo o dinheiro do caixa da empresa.

Leonardo descobriu golpe após perceber que Djair sacou todo o dinheiro das contas da empresa

Leonardo descobriu golpe após perceber que Djair sacou todo o dinheiro das contas da empresa – Foto: Divulgação/Record/TV

Depois que as incoerências foram descobertas, ele deixou de responder os investidores. O ex-colega Wellington tentou liquidar os investimentos, mas foi informado de que “teria que ser na Justiça”.

Prejuízo total passa de R$ 20 milhões

O valor mínimo para investimento na corretora era de R$ 100 mil. Djair prometia um retorno de 5% ao mês e que o capital inicial injetado era intocável, podendo ser retirado a qualquer momento.

“Desde o inicio ele disse que se não quisesse mais seguir com os investimentos, seria algo fácil de liquidar as contas. Mas ele sempre tinha uma desculpa”, relata Wellington.

Wellington, agente da segurança pública do Rio de Janeiro, era colega de Djair e foi vítima do golpe

Wellington, agente da segurança pública do Rio de Janeiro, era colega de Djair e foi vítima do golpe – Foto: Divulgação/Record/TV

O ex-colega de Djair investiu R$ 100 mil, a metade do valor obtido através de um empréstimo em um banco. Outros clientes relatam ter investido mais de R$ 300 mil, com o prejuízo total chegando a R$ 20 milhões.

Durante o primeiro ano de investimento, os depósitos eram feitos. Após esse período, o cenário mudou. Ele pegava dinheiro dos novos investidores e pagava os antigos, dizendo que era um rendimento”, descreve Jorge Calazans, advogado de uma das vítimas.

Ex-agente da PM que deu golpe em colegas foi indiciado por estelionato e organização criminosa

Djair e a esposa foram indiciados por estelionato e organização criminosa. As investigações da Polícia Civil apontam para uma participação do irmão do ex-agente no esquema.

Ao todo, foram mais de 10 boletins de ocorrência registrados contra o casal. A empresa acumula processos, pedidos de indenizações e revisão de contratos.

A Comissão de Valores Mobiliários, do Ministério da Fazenda, constatou que a empresa de Djair não possui registro para atuação nos mercados financeiros regulados pela agência.

Em resposta ao programa da Record TV, o ex-PM disse que é inocente e “forneceu provas para a polícia que não aplicou nenhum golpe”. Além disso, ele afirma que as pessoas que alegam ser vítimas trabalhavam com ele e teriam citado a esposa para atingi-lo.

O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar o caso e busca mais informações e evidências para o caso.

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