A Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) alerta que o consumo de moluscos bivalves — como ostras e mexilhões — extraídos nos municípios de Florianópolis, Palhoça, Imbituba e Laguna, está relacionado a elevados índices de intoxicação em humanos. O aviso foi feito na sexta-feira (3), após análise de amostras coletadas nas cidades mencionadas.
A coleta das amostras aconteceu ainda em dezembro, depois que a pasta foi informada sobre inúmeros sintomas, semelhantes à intoxicação por ficotoxina, por pacientes daqueles municípios. As amostras foram encaminhadas ao laboratório oficial do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e os resultados foram liberados no dia 02 de janeiro de 2025.
Consumo de moluscos está relacionado a casos de intoxicação
Nas amostras coletadas em áreas de produção (fazendas marinhas) dos municípios de Florianópolis e de Palhoça não foi detectada presença de ficotoxina. Deste modo, o consumo de moluscos bivalves (que são protegidos por conchas) dessas áreas não oferece risco à saúde pública.
Por outro lado, todas as amostras coletadas em ilhas e costões dos municípios de Florianópolis, Imbituba e Laguna, demonstraram níveis acima do limite previsto na legislação para ácido okadaico. A substância indica a presença de ficotoxinas em quantidade suficiente para causar intoxicação em humanos em caso de consumo.
Orientações para consumo seguro de moluscos
A Cidasc orienta que a população evite consumir moluscos bivalves retirados de costões e ilhas dos municípios afetados. Os restaurantes e consumidores devem adquirir moluscos bivalves de produtores que possuam selo do Serviço de Inspeção Oficial (SIM, SIE, SIF), garantindo assim a procedência e inocuidade destes produtos.
O consumo de moluscos bivalves (ostras e mexilhões) está autorizado desde que sejam provenientes de áreas de cultivo onde a Cidasc realiza monitoramento durante o ano todo. Não foi detectada presença da toxina em outros tipos de moluscos.
O que são ficotoxinas?
As ficotoxicas são substâncias químicas complexas, produzidas pelo próprio organismo de algas eucarióticas e procarióticas, principal alimento de moluscos bivalves.
A toxina não prejudica a saúde destes animais aquáticos, mas pode provocar sintomas gastrointestinais em humanos.
Dentre os sintomas que o consumo de moluscos contaminados pode causar, estão enjôo, diarreia e vômito. Em caso de intoxicação, o consumidor deve buscar atendimento médico e notificar a Vigilância Sanitária e a Cidasc, através da Ouvidoria de Santa Catarina, pelo telefone: 0800 644 8500.