A Polícia Civil prendeu uma mulher neste domingo (5) sob suspeita de envolvimento no caso do bolo envenenado que resultou em três mortes e deixou outras quatro pessoas intoxicadas em Torres,no litoral norte do Rio Grande do Sul.
O caso é investigado como triplo homicídio e tripla tentativa de homicídio, com análise toxicológica apontando a presença de arsênio no sangue das vítimas. A identidade da suspeita não foi divulgada devido à decisão judicial que protege seu nome.
A investigação segue para apurar as circunstâncias do envenenamento e esclarecer a participação de outras pessoas.
O episódio ocorreu após um café da tarde entre sete familiares, onde seis consumiram o bolo preparado por Zeli dos Anjos, de 60 anos. Três mulheres morreram: Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos.
Zeli, que comeu duas fatias do bolo, está internada em estado estável na UTI do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, enquanto uma criança de 10 anos, também intoxicada, já recebeu alta.
Outras vítimas apresentaram sintomas e estão sob acompanhamento médico. Um dos sobreviventes é o marido de Neuza, que não apresentou sinais de intoxicação, e o marido de Maida, que recebeu alta após ser hospitalizado.
A investigação revelou que o bolo apresentava um gosto estranho e apimentado, o que foi notado por algumas das vítimas.
Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, “tão logo o menino de 10 anos comeu e também reclamou do sabor, ela [Zeli] meio que colocou a mão assim em cima do bolo e falou: ‘e agora ninguém mais come’. E as pessoas começaram a passar mal naquele momento”.
Laudos periciais iniciais indicam a presença de arsênio no sangue de Neuza, na criança e em Zeli. A substância é tóxica e pode levar à morte.
Investigação
Cerca de 15 pessoas já foram ouvidas no inquérito, e buscas foram realizadas em propriedades de familiares em Canoas, Arroio do Sal e Torres.
A polícia também apura possíveis contaminações cruzadas de alimentos, mas não há indícios de disputas por herança ou conflitos familiares.
Os laudos finais das perícias toxicológicas, conduzidas pelo Instituto-Geral de Perícias, estão previstos para a próxima semana e podem ser determinantes para esclarecer o caso.