Quatro indígenas da etnia Avá-Guarani foram baleados em um ataque em Guaíra, no oeste do Paraná, próximo à fronteira com o Paraguai. O caso aconteceu na noite de sexta-feira (3) em uma área de disputa de terras, localizada a cerca de 5 km do centro da cidade e da sede da Polícia Federal (PF).
Criança e adolescente estão entre os feridos
Entre os atingidos estão uma criança de 7 anos, um adolescente de 14 anos e dois adultos, de 25 e 28 anos. Todos foram levados ao Hospital Bom Jesus, em Toledo. A criança e o adolescente receberam alta no sábado (4), mas os dois adultos permanecem internados em estado grave.
Imagens divulgadas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostram os indígenas cobertos de sangue após o ataque, que teria sido uma emboscada planejada. A comunidade Yvy Okaju, onde ocorreu o incidente, afirma estar sendo monitorada e atacada desde dezembro de 2024.
A PF investiga a autoria do ataque. Segundo os indígenas, o grupo já havia sido alvo de rojões e incêndios suspeitos nos últimos dias de 2024, deixando outros dois feridos.
Reforço na segurança e resposta do governo
Após o ataque, forças de segurança federais, estaduais e municipais foram ao local para evitar novos episódios de violência. A Força Nacional, que monitora a região desde o início de 2024, não estava no local no momento do ataque.
O Ministério da Justiça informou que reforçou o patrulhamento na área e afirmou que está comprometido em prevenir novos conflitos. Associações indígenas, como a Apib e o Cimi, repudiaram os ataques e criticaram a atuação do governo federal, pedindo ações mais firmes.
O conflito por terras na região de Guaíra e Terra Roxa é antigo e está ligado à construção da Usina de Itaipu, que alagou áreas ocupadas pelos indígenas. Enquanto isso, agricultores também reivindicam a posse das terras, aumentando a tensão.