Marinha suspende buscas por desaparecidos após queda de ponte no Rio Tocantins

As buscas por pessoas desaparecidas após a queda de ponte no Rio Tocantins, entre os estados do Tocantins e Maranhão, foram suspensas nesta quinta-feira (2). Segundo informado pela Marinha do Brasil, a operação terá continuidade com o uso de embarcações e equipamentos aéreos não tripulados. Até o momento, já foram confirmadas 12 mortes e 5 pessoas estão desaparecidas.

Veículos ficaram presos após queda de ponte no Rio Tocantins, entre os estados do Maranhão e Tocantins

Veículos ficaram presos após queda de ponte no Rio Tocantins, entre os estados do Maranhão e Tocantins – Foto: Victor Costa/@vshenrique/Instagram

De acordo com nota divulgada pelo Comando do 4º Distrito Naval, a interrupção ocorreu devido à necessidade de abertura das comportas da usina hidrelétrica operada pelo Ceste (Consórcio Estreito Energia), em decorrência das chuvas que atingem a região.

“Ao adotar esse procedimento, o Ceste pretende regularizar o volume represado”, justifica o comunicado. A vazão da hidrelétrica havia sido reduzida pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) para manter o armazenamento de água para garantir condições seguras para realização das buscas.

Desde o início da operação, logo após a queda de ponte no Rio Tocantins, foram disponibilizados canais de comunicação com a Marinha do Brasil para informações sobre possíveis situações que possam representar qualquer risco nas vias navegáveis, tanto para vida humana quanto de poluição ambiental.

As ocorrências podem ser comunicadas pelos telefones do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185) e da Capitania dos Portos do Maranhão, 0800-098-8432 e (98) 2107-0121.

Drone registrou situação após queda de ponte – Vídeo: Victor Costa/@vshenrique/Instagram

Queda de ponte no Rio Tocantins ocorreu na semana do Natal

Localizada sobre o Rio Tocantins, a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira conectava os estados do Maranhão e Tocantins, até o dia 22 de dezembro de 2024, quando desabou no final da tarde, no momento em que diversos veículos transitavam. Entre eles, foram identificados caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.

Uma sala de crise para nivelar as informações sobre as análises de qualidade da água foi instituída pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), com a participação de vários órgãos ambientais. Em duas reuniões já realizadas, os órgãos confirmaram a ausência de alteração significativa na qualidade da água após queda de ponte no Rio Tocantins.

Buscas por desaparecidos iniciaram logo após a queda de ponte no Rio Tocantins – Foto: Bombeiros Militar/Governo do Tocantins

Segundo informou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), as empresas responsáveis pelas cargas de três caminhões que caíram no rio foram notificadas para a retirada das substâncias submersas e o monitoramento de qualidade da água é realizado diariamente devido o risco de vazamento e contaminação da água em prejuízo ao abastecimento hídrico.

Investigação e reconstrução

As Superintendências Regionais da Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins conduzem as investigações para apurar as responsabilidades relacionadas à queda de ponte no Rio Tocantins. Uma equipe de reforço com dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente foi deslocada de Brasília para reforçar os trabalhos periciais no local.

Ponte entre os estados do Tocantins e Maranhão no domingo (22) – Foto: Prefeitura de Estreito/Agência Brasil/ND

No dia 31 de dezembro de 2024, o Ministério dos Transportes informou que a empresa que ficará responsável pelas obras de reconstrução da ponte já está contratada de forma emergencial, com investimento previsto de R$171 milhões. O Consórcio Penedo-Neópolis será o responsável pelas obras, que deverão ser concluídas até dezembro de 2025.

“A nova ponte terá acostamento, passeio, ciclovia e será 7 metros mais larga que a anterior. Esse valor inclui a demolição da ponte atual, novas fundações e a melhoria dos acessos das duas cidades”, concluiu o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Fabrício Galvão

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