Para investigadores, agente Wladimir Soares fornecia informações que poderiam subsidiar ações contra o petista. Policial e quatro militares do Exército foram presos nesta terça. Lula em reunião no Palácio do Planalto em 3 de agosto de 2024
Reuters/Adriano Machado
A Polícia Federal afirma, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o agente da corporação Wladimir Soares repassou em 2022, a militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informações sobre a rotina do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para os investigadores, as informações fornecidas poderiam de alguma forma subsidiar ações do grupo preso nesta terça-feira (19) contra a vida do petista, caso Bolsonaro assinasse um decreto com o objetivo de instaurar um golpe de Estado.
Segundo a PF, esse repasse de informações sobre o dia-dia de Lula é um dos elementos que indicam a adesão de Wladimir Soares ao suposto plano golpista.
“O investigado [o agente da PF Wladimir Soares] aproveitando-se das atribuições inerentes o seu cargo no período entre a diplomação e posse do governo eleito, repassou informações relacionadas a estrutura de segurança do presidente Lula para pessoas próximas ao então presidente Jair Bolsonaro aderindo de forma direta ao intento golpista”, diz o relatório da PF.
Segundo os investigadores, o grupo formado pelo policial federal e quatro militares do Exército teria discutido um plano, chamado “Punhal Verde e Amarelo”, com o objetivo de assassinar Lula.
Entre as formas de cometer o crime, foram levantadas as hipóteses de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico.
Além da execução do petista, segundo a Polícia Federal, o grupo também teria debatido o sequestro ou a execução do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a “neutralização” do vice-presidente Geraldo Alckmin.