Chega a 60 o número de vítimas que denunciam ter tido lesões em clínica de influenciadores presos em operação, diz polícia


Vítimas incluem pessoas de diversas cidades e estados brasileiros, além de outras que moram no exterior. Karine Gouveia e Paulo César Dias seguem presos. Esquerda – vítima de procedimento feito em clínica da infleunciados | Direita – Karine Gouveira e Paulo César
Reprodução/Redes Sociais
Subiu para 60 o número de vítimas que denunciaram ter tido lesões na clínica dos influenciadores, Karine Gouveia e Paulo César Dias, que foram presos durante uma operação, conforme informou a Polícia Civil (PC). Ao g1, o delegado Daniel Oliveira explicou que as vítimas incluem pessoas de diversas cidades e estados brasileiros, além de outras que moram no exterior e viajaram a Goiânia após serem atraídas por publicidades veiculadas nas redes sociais.
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Segundo a polícia, as vítimas foram submetidas a exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Algumas tiveram sequelas permanentes, como perda de olfato e necessidade de múltiplas cirurgias corretivas.
Karine e Paulo seguem temporariamente presos na Casa do Albergado, que abriga pessoas que cumprem pena em regime aberto, ou seja, pessoas que foram presas por crimes cometidos sem violência. Em nota na ocasião da prisão, a defesa do casal informou que não há motivação para a manutenção da prisão e que ambos podem responder às acusações em liberdade sem qualquer prejuízo para o processo porque a clínica já está com as suas atividades suspensas.
Os outros responsáveis técnicos da clínica, um dentista e uma médica, que tinham sido presos, foram soltos após uma decisão da Justiça. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos demais investigados até a última atualização desta reportagem.
Em nota, o Conselho Regional de Odontologia (CRO/GO) informou que está em curso expediente administrativo em face da profissional e que tramita sob sigilo. Com relação ao registro profissional, informou que atualmente, a inscrição da dentista está desativada perante o CROGO em virtude de transferência de registro, conforme consulta pública.
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Investigação e prisões
Karine Gouveia e Paulo César, casal investigado pela Polícia Civil
Reprodução/Redes Sociais
O casal foi preso no dia 18 de dezembro. Karine e Paulo passaram por audiência de custódia no dia seguinte e tiveram as prisões mantidas pela Justiça. Segundo o responsável pelo caso, Daniel Oliveira, são investigados crimes de organização criminosa, lesão corporal gravíssima e estelionato. Conforme a Polícia Civil, a clínica oferecia preços abaixo do mercado para atrair clientes.
De acordo com a polícia, os procedimentos eram realizados sem condições adequadas. O delegado afirma que os profissionais não tinham habilitação necessária para o manejo das substâncias usadas, e as instalações da clínica apresentavam problemas, como falta de esterilização e uso de bisturis cegos.
Segundo o delegado, a Vigilância Sanitária documentou pelo menos 18 irregularidades durante a inspeção feita na unidade de Goiânia da clínica. Já unidade de Anápolis, de acordo com a investigação, não possui alvará de licença sanitária e nem projeto arquitetônico aprovado pelo órgão sanitário competente.
Imagens mostram momento em que Karine Gouveia é presa e itens são apreendidos na casa dela, em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
A Polícia Civil explicou que Karine Gouveia não possui formação superior na área da Saúde. O marido dela cuidava da parte administrativa. O delegado afirmou que eles chegaram a intimidar pacientes que buscavam reparação.
A polícia divulgou que muitos famosos frequentaram a clínica de estética de Karine Gouveia e que eles costumavam realizar “procedimentos pouco invasivos”. Nesses casos, segundo a PC, dona da clínica usava “produtos de boa qualidade”. Esses famosos não são investigados.
“Esses famosos, em geral, realizam procedimentos minimamente invasivos e os relatos são de que, com eles, eram usados bons produtos. As outras vítimas, em sua maioria pessoas de baixo poder aquisitivo, se propunham a fazer procedimentos invasivos”, explicou o delegado.
Vítimas de necrose após procedimentos estéticos em clínica da empresária Karine Gouveia, em Goiânia
Divulgação/Polícia Civil
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