Acusado de contratar ‘Esquadrão da Morte’ para matar funcionária no AC é preso quase 30 anos após o crime


Sérgio Luiz Zucarelli foi preso na cidade de Registro, interior de São Paulo, e estava foragido desde 2005. Ele foi condenado a mais de 16 anos de prisão por contratar o ‘Esquadrão da Morte’ para matar funcionária. Sérgio Luiz Zucarelli foi preso quase 30 anos após mandar matar funcionária
Arquivo/Polícia Civil do Acre
Um dos crimes praticados pelo ‘Esquadrão da Morte’, grupo de extermínio que atuava no Acre na década de 1990, teve um desfecho nessa sexta-feira (27), quase 30 anos depois. Uma ação das Polícias Civis do Acre e de São Paulo (SP) resultou na prisão de Sérgio Luiz Zucarelli, acusado de mandar matar Edir Maria da Silva, de 38 anos.
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
O empresário foi preso na cidade de Registro, interior de São Paulo, e estava foragido desde 2005. O crime ocorreu em 15 de janeiro de 1997, quando Zucarelli contratou Raney Moreira da Silva, conhecido como “Rainê”, e Alberto Paulino da Silva, o “Cabo Paulino”, integrantes do grupo criminoso acusado de diversos crimes praticados nos anos de 1990.
Segundo a polícia, Edir Maria era funcionária de uma das empresas de propriedade do acusado e entrou com uma ação judicial contra o empresário cobrando R$ 28 mil. A ação deixou Zucarelli insatisfeito e, a partir de então, ele buscou o Esquadrão da Morte para assassinar a mulher.
Ainda segundo as investigações, a vítima saiu do trabalho às 22h e pegou um ônibus para casa. De dentro de um carro, os criminosos seguiram o veículo e abordaram a vítima quando ela desceu do ônibus.
Rainê e Cabo Paulino obrigaram a mulher entrar no carro e a levaram para uma área de mata. Lá, Edir foi obrigada a tirar a roupa, orientada por um dos criminosos, e enquanto obedecia a ordem levou um tiro no rosto. Ela morreu no local.
O empresário foi informado no dia seguinte que ‘o trabalho havia sido feito’. Sérgio Luiz Zucarelli foi condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato da funcionário e fugiu antes de cumprir a pena. Cabo Paulino, apontado como responsável pelo planejamento do crime, e Rainê, que executou a vítima, foram condenados e cumpriram a pena.
Esquadrão da Morte
O grupo criminoso era liderado pelo ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, que cumpre pena em Rio Branco por tráfico, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral. Em 2009, ele foi condenado a 18 anos de reclusão pela morte de mecânico Agilson Firmino dos Santos, o ‘Baiano’, caso que ficou conhecido popularmente como ‘Crime da Motosserra’, em 1996. As condenações todas somam mais de 100 anos.
O crime teria sido motivado por vingança, após a morte de Itamar Pascoal, irmão de Hildebrando. Agilson teria ajudado na fuga do assassino do irmão do ex-deputado federal. O ex-deputado também é acusado de sequestro e cárcere privado praticado contra Clerisnar dos Santos e seus dois filhos menores. Esposa e filhos de José Hugo respectivamente.
De acordo com o processo, Firmino foi torturado até morrer, tendo seus membros amputados com uma motosserra e os olhos perfurados. Já o filho de Baiano, o menino de 13 anos, teve o corpo queimado com ácido, além de ter recebido alguns disparos de arma de fogo.
Justiça do Acre concede progressão de pena para Hildebrando Pascoal
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Pascoal recebeu o benefício do regime semiaberto com tornozeleira eletrônica em 30 de dezembro de 2016, pois estava debilitado por problemas de saúde. Porém, em abril de 2019, o ex-coronel foi condenado novamente em outros dois processos na Vara de Execuções Penais, conforme informou o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC).
Assim, a pena dele foi somada novamente e ficou constatado, pelo tempo de pena, que a previsão de que ele saia do regime fechado para o semiaberto é apenas em 26 de junho de 2029. No dia 22 de outubro, o Ministério Público do Acre (MP-AC) deu parecer favorável e a Justiça autorizou que o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, de 66 anos, volte a cumprir a prisão domiciliar em Rio Branco. O pedido foi feito pela defesa de Pascoal.
Conforme o promotor de Justiça, Talles Fonseca Tranin, da Promotoria de Execução Penal e Fiscalização de Presídio, que deu o parecer, Pascoal deve ser monitorado por tornozeleira eletrônica e, a cada três meses, apresentar avaliação médica. O ex-coronel voltou pra casa ainda em outubro após a Justiça aceitar o pedido.
Reveja os telejornais do Acre
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.