ICMBio vai enviar os 140 peixes invasores e venenosos capturados em Fernando de Noronha a 5 locais para estudo de pesquisadores


Os peixes-leão foram recolhidos em quatro pontos de mergulho na ilha. Animais vão ser levados para UFPE, UFRN, Ufal, UFF e Projeto Conservação Recifal. Peixes-leão capturados em Fernando de Noronha serão enviados para estudo
Os 140 peixes-leão capturados em uma operação recorde de manejo dessa espécie invasora e venenosa em Fernando de Noronha serão encaminhados para estudo de pesquisadores especialistas em cinco locais (veja vídeo acima). A informação foi divulgada neste sábado (28) pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
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A chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, Lilian Hangae, explicou que o órgão não tem espaço para armazenar os peixes-leão recolhidos. Como os outros animais capturados na ilha, eles serão enviados para as seguintes instituições:
Projeto Conservação Recifal;
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
Universidade Federal Fluminense (UFF);
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);
Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
“Temos um projeto de manejo de espécies exóticas aprovado. As operadoras de mergulho fazem a captura e entregam os peixes ao ICMBio. Nós distribuímos os peixes-leão capturados para as entidades que fazem pesquisa e apoiam no levantamento das informações”, afirmou Lilian Hangae.
Os animais foram recolhidos em quatro pontos de mergulho: três no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e um na Área de Proteção Ambiental (APA). A atividade aconteceu no domingo (22) e foi o último monitoramento de 2024.
Segundo o ICMBio, desde dezembro de 2020, quando foi encontrado o primeiro peixe-leão na ilha, já foram mais de mil animais dessa espécie capturados em Noronha.
O nome científico do peixe-leão é Pterois volitans. Essa espécie tem espinhos venenosos que contêm uma toxina que pode causar febre, vermelhidão e até convulsões aos seres humanos. O animal é predador e pode consumir espécies endêmicas, que só ocorrem nessa região, além de causar um desequilíbrio ecológico.
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Consumo humano
O coordenador do Projeto Conservação Recifal, Pedro Pereira, disse que, além dos estudos, a entidade trabalha em conjunto com o ICMBio para liberar o consumo do peixe-leão no Brasil, como ocorre no exterior.
“Nós trabalhamos para liberação do consumo da carne do peixe-leão. Acreditamos que, em breve, devemos ter essa liberação. Isso deve motivar novas ações de captura e controle da população dessa espécie”, disse Pedro Pereira.
Equipe reponsável pela captura do peixe-leão
Sea Paradise/Divulgação
O mergulhador Fernando Rodrigues é diretor da operadora responsável pela captura recorde e o principal parceiro do ICMBio na ação de manejo.
“Nós mergulhamos com foco em encontrar o animal e usamos a armadilha criada para a captura. Sabemos que o peixe-leão é voraz e prejudicial ao meio ambiente. Esse é uma forma de contribuir para a preservação de Fernando de Noronha”, contou Fernando Rodrigues.
O biólogo Maicon Messias também trabalha na operadora de mergulho que realiza o manejo da espécie.
“Além de remoção do peixe-leão, é importante o trabalho de educação ambiental. Nós passamos as informações para os turistas e moradores que temos uma espécie invasora que precisa ser controlada. A indicação é capturar, mas, para isso, é preciso treinamento”, declarou Maicon Messias.
O ICMBio oferece capacitações para captura do peixe-leão aos profissionais das operadoras de mergulho. Os interessados em receber a qualificação podem entrar em contato pelo telefone: (81) 9115-6860.
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