Uma criança ficou à deriva em alto-mar dentro de uma bolha inflável em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, e precisou ser resgatada na tarde de terça-feira (24). A ação foi registrada em vídeo pelos tripulantes da lancha que socorreram o menino.
O marinheiro Rafael Graça do Prado, 32 anos, passeava de lancha com os filhos quando avistou a bolha inflável. Ele tentou acalmar a criança, de cerca de 8 anos, enquanto outra embarcação se aproximava para auxiliar no resgate.
“A gente conversou com o menino, eu estava preocupado se ele estava conseguindo respirar ou não, porque essa boia é perigosa”, explicou Rafael ao Estadão. “Ela tem um tempo que você pode respirar dentro dela. Eu fui acalmando ele, e foi a hora que minha filha começou a filmar”.
O marinheiro conta que já ocorreu outro caso de bolha inflável à deriva em Ubatuba. Na ocasião, o cabo que segura a boia se soltou e um vento forte a levou para longe. “Inclusive, ela já tinha batido nas pedras e ela estava furada, ela estava vazando”, relata.
Vídeo mostra resgate de criança à deriva em bolha inflável
Rafael Graça do Prado lembra que, quando encontrou a bolha inflável em alto-mar na terça-feira, “o menino estava muito desesperado, ele estava se batendo”.
“Ele estava com muito medo lá no meio do mar sozinho. Eu perguntei se ele estava respirando bem e ele deu um joinha. Lá dentro ele grita mas não dá para entender muito bem”, afirma.
EM UBATUBA Criança é resgatada de bolha inflável à deriva no mar no litoral de SP
Menino estava dentro de boia que se perdeu em alto-mar em Ubatuba; marinheiros de lancha encontraram o garoto e o socorreram
: Rafael Graça do Prado pic.twitter.com/gXz6YTNW3s
— Estadão (@Estadao) December 26, 2024
Os tripulantes da outra lancha amarraram um cabo ao redor da boia e a trouxeram até a costa. Segundo o marinheiro, eles não abriram a bolha inflável para evitar que a criança se afogasse com a entrada da água.
“Trouxemos ele para a praia e chegou aqui, a família estava bem desesperada, chorando”, diz Rafael.
O Estadão tentou contato com o GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimos), mas não teve resposta. Nas redes sociais, o órgão alertou para que as crianças só entrem na água acompanhadas de um adulto, com a distância máxima de um braço.
Outra recomendação é não usar boias infláveis, pois esses objetos transmitem uma falsa sensação de segurança. O boletim mais recente revela que os bombeiros fizeram 97 salvamentos entre os dias 16 e 22 de dezembro, período no qual foram encontradas 12 crianças.