Especialista que se desfez de 95% do que tinha mostra os cinco principais erros cometidos por quem deseja fazer um downsizing. Agora que acabou o Natal, chegou a hora do desapego! Em vez de deixar gavetas e prateleiras ainda mais abarrotadas, prepare-se para se desfazer de coisas. Quem ensina como o processo pode ser libertador é Rita Wilkins, a decana da organização. Com uma palestra no TEDx e um livro best-seller (“Downsize your life, upgrade you lifestyle”, o equivalente a “Reduza o que tem e eleve seu estilo de vida”), ela garante que abrir mão do excesso lhe trouxe paz de espírito.
Entre os benefícios do downsizing estão menos despesas para manter a casa e tempo gasto com a organização doméstica
Jswashburn para Pixabay
Conhecida como “a designer do downsizing”, Wilkins conta que uma viagem ao Senegal, país africano no qual seu filho trabalhava, foi determinante para reformular suas prioridades, ao conhecer pessoas que estavam felizes mesmo com poucos recursos. Na volta, resolveu sair da casa onde morava, com mais de 400 metros quadrados, para um apartamento de 80 metros quadrados. “Dei 95% do que eu tinha e me senti mais feliz com os 5% que mantive. Tinha objetos de valor sentimental que considerava indispensáveis, mas passei a viver muito bem sem eles. As memórias vivem no coração”, descreve.
Wilkins já ajudou muita gente a se desfazer do que não tem mais uso e sabe que nem sempre o processo é simples, tanto que faz uma lista dos benefícios que o downsizing representou em sua vida:
Menos despesas para manter a casa.
Menos tempo gasto com a organização doméstica.
Mais tempo para si mesmo.
Senso de maior controle e poder de decisão.
Mais foco e concentração.
Sentimento de orgulho por ter conseguido realizar seu objetivo.
Um último benefício emocional que não havia antecipado: uma excitação prazerosa relacionada à disponibilidade para novas experiências.
Ela lembra que sempre surgem dúvidas: e se eu precisar disso algum dia? Como vou viver sem itens que me trazem boas recordações? Será que vale a pena o trabalho e esforço? Responde que sentimentos conflitantes são normais e que o mais importante é não perder de vista o motivo da iniciativa: economizar, não se sobrecarregar, ter uma vida mais simples.
Enfatiza que downsizing não se resume a uma questão de espaço, é também atingir uma clareza mental do que realmente importa. Ela relaciona os cinco principais erros que dificultam o desapego:
Tentar fazer tudo de uma só vez: além de quase impossível, é contraproducente e, provavelmente, será estressante. Faça um roteiro para ir “atacando” uma área de cada vez e comemore quando tiver completado cada etapa. Faça três pilhas diferentes: guardar, doar e descartar, para manter o foco e a disposição.
Encarar a tarefa sozinho: dependendo da quantidade de coisas, é melhor ter a ajuda de alguém com quem tenha intimidade para trocar ideias e até se divertir nessa jornada.
Esperar demais para se livrar das tralhas: você perde a oportunidade de economizar e de ter tempo para si.
Continuar a comprar e acumular: é preciso quebrar o ciclo vicioso e embarcar com vontade no estilo minimalista.
Entulhar a casa nova, que é menor, porque não conseguiu se desfazer do volume necessário. O ambiente será sufocante.
Especialista fala sobre os benefícios do desapego