O Brasil ganhou destaque e está na entrada da exposição, com o presépio do Santuário do Cristo Redentor, feito em fibras naturais de coco, milho e taboa. Exposição no Vaticano mostra 100 presépios de várias partes do mundo
No Vaticano, uma exposição reúne presépios de várias partes do mundo. E a correspondente Ilze Scamparini foi conhecer.
O contraste não poderia ser mais sugestivo. Perto da imensa Basílica de São Pedro, no meio das altas colunas de Bernini, feitas em pedra travertino, a simplicidade da manjedoura. Uma centena delas.
A mostra dos cem presépios do Vaticano levou para a praça obras do mundo inteiro. O Brasil ganhou destaque e está na entrada da exposição, com o presépio do Santuário do Cristo Redentor, feito em fibras naturais de coco, milho e taboa. Na terra que inventou o presépio, em 1223, com São Francisco de Assis, o Menino Jesus de palha é uma imagem que comove.
“Na verdade, a simplicidade desse presépio, eu acho que é o grande sucesso que a gente tem notado com os turistas que vêm visitar. Os materiais singelos, essas fibras naturais, retratando essa cena do nascimento de Jesus, não com a grandiosidade, mas com a simplicidade, com certeza faz toda a diferença”, diz Carlos Lins, diretor de marketing – Cristo Redentor.
O Brasil ganhou destaque e está na entrada da exposição, com o presépio do Santuário do Cristo Redentor, feito em fibras naturais de coco, milho e taboa
Jornal Nacional/ Reprodução
Os presépios clássicos têm várias representações. Um, feito por pessoas com deficiências visuais, usa personagens populares como o açougueiro e o carroceiro, com rostos muito expressivos. Movimentos que humanizam a cena da natividade: Maria cobre o Menino Jesus; José beija Maria; o Rei Mago se curva diante do bebê que a tradição cristã consagrou como o Salvador. A lavadeira também dá graça ao presépio. Como a ovelha com sede, o camelo com fome e o pastor que faz a tosquia.
Em outro, é Maria que beija o Menino Jesus que está nos braços de José. Uma cena incomum. Um presépio napolitano por excelência, com os seus tipos teatrais e as grandes bochechas. Uma arte refinada, barroca, na qual o protagonismo se afasta cada vez mais da Sagrada Família, para dar espaço aos tipos da rua e aos interiores das casas.
Roma se prepara para o Jubileu da Igreja Católica
Um presépio de cera levou a elegância das antigas esculturas em porcelana. Entre os criativos, um feito com folhas de livros. Há presépios em tamanho natural, como o de vitral, ou minúsculos. Até dentro de uma cafeteira italiana e de um antigo ferro de passar roupa.
Os bombeiros do Vaticano participam com uma peça original. Um extintor de incêndio e o seu elemento essencial: a água.
O figurino dos quimonos de seda veio de Osaka, no Japão. Como o que homenageia o símbolo do Jubileu de 2025: a boneca luz.
Exposição no Vaticano reúne presépios de várias partes do mundo
Jornal Nacional/ Reprodução
Os alunos das escolas romanas fazem fila para ver a mostra e também o que está lá fora. E no centro da Praça São Pedro, o maior deles: o presépio do Papa, feito por 40 voluntários. Em 2024, o presépio Vaticano foi inspirado em uma lagoa do nordeste da Itália, Laguna de Grado. E até um pequeno lago foi reproduzido. Pela primeira vez um presépio levou água para a praça. Os Reis Magos chegam em um barco. A cor da lama reflete nas roupas dos pescadores. Até o berço é feito de rede de pesca.
O pinheiro de Natal do Vaticano, doado pela diocese de Trento, em 2024 foi motivo de polêmica. As associações de defesa do meio ambiente não queriam que fosse cortado e levado para lá. A árvore sofreu um pouco na longa viagem do norte do país. Mas, de noite, ganha beleza e cores com as luzes mágicas do Natal Vaticano.