Ucrânia quer que Otan faça convite oficial de filiação na próxima semana, aponta carta


Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia pediu que convite seja feito para mandar um recado ao presidente da Rússia. País precisaria da aprovação de todos os 32 membros da aliança para ingressar no tratado. Zelensky apresentou seu plano ao Parlamento ucraniano.
Getty Images via BBC
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, pediu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) um convite oficial para que o país se juntar à aliança militar. A solicitação foi feita por meio de uma carta a qual a agência Reuters teve acesso nesta sexta-feira (29).
A carta reflete a pressão ucraniana para ser convidada para a Otan, o que faria parte do “plano da vitória” do presidente Volodymyr Zelensky para encerrar a guerra no país. Segundo o documento, o convite deveria ser feito na próxima semana, durante um encontro em Bruxelas.
A Ucrânia afirma aceitar que não possa entrar na aliança até que a guerra esteja finalizada, mas que ser convidada agora mostraria ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ele não atingirá um de seus principais objetivos: impedir a Ucrânia de se tornar membro da Otan.
“O convite não deve ser visto como uma escalada (das tensões)”, afirmou Sybiha.
“Pelo contrário, com um entendimento claro de que a entrada da Ucrânia na Otan é inevitável, a Rússia perderá um de seus principais argumentos para manter esta guerra injustificada.”
“Exorto vocês a endossarem a decisão de convidar a Ucrânia a se juntar à Aliança, como um dos resultados do Encontro Ministerial de Relações Exteriores da Otan entre 3 e 4 de dezembro de 2024”, acrescentou.
Diplomatas da Otan afirmam que atualmente não há consenso entre os membros da aliança sobre convidar a Ucrânia. Qualquer decisão do tipo precisaria de unanimidade entre os 32 países da Otan.
A aliança já declarou que a Ucrânia vai se juntar ao grupo e que isso é “irreversível”. Mas não a convidou formalmente, tampouco estabeleceu prazos para isso.
Olga Stefanishyna, vice-primeira-ministra da Ucrânia e responsável pelos assuntos relativos à Otan, afirmou que Kiev entende que o consenso para um convite para se juntar ao grupo “ainda não existe”. Por outro lado, segundo ela, a carta tem o objetivo de mandar uma forte mensagem política.
“Enviamos uma mensagem aos aliados de que o convite não está descartado, independentemente de manipulações e especulações”, afirmou.
Nos últimos dias, contudo, diplomatas afirmaram não identificar mudança de postura entre os países da Otan. Além disso, a aliança aguarda qual será a política dos Estados Unidos no governo do Donald Trump.
O presidente eleito, inclusive, anunciou que vai nomear um general para atuar como um enviado especial para o conflito na Ucrânia. Um dos planos para colocar fim no conflito seria congelar a entrada do país na Otan.
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