Pontos de Entrega Voluntária promovem a reciclagem e inspiram economia circular na cidade Florianópolis celebra uma década da implantação dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) para vidro, um projeto pioneiro no sul do Brasil que mudou a forma como a cidade lida com este tipo de resíduo. Os PEVs têm como objetivo central reintroduzir embalagens de vidro pós-consumo na cadeia produtiva, minimizando os impactos ambientais e promovendo a economia circular.
A trajetória do projeto: do pioneirismo à expansão
O programa começou em dezembro de 2014, com a instalação dos primeiros 9 PEVs. Esses contêineres, doados por uma patrocinadora de Carnaval, foram complementados por um caminhão equipado com guindaste sucateiro adquirido pela Comcap. Desde então, o projeto cresceu consideravelmente. Atualmente, Florianópolis conta com 296 contêineres para coleta de vidro, que estão distribuídos por toda a cidade. Confira no link onde ficam os PEVs.
A expansão do programa foi viabilizada por parcerias com a iniciativa privada, como a colaboração com a empresa Verallia, que se comprometeu a doar 300 PEVs em três anos. Além disso, o projeto foi regulamentado por legislações municipais que incentivam a logística reversa de embalagens de vidro, obrigando estabelecimentos comerciais a participar do processo.
Impactos ambientais e sociais do programa
A reciclagem do vidro é uma solução ambientalmente eficiente. O material, que leva mais de mil anos para se decompor, pode ser reciclado infinitas vezes sem perda de qualidade. Em Florianópolis, cada quilo de vidro reciclado evita a emissão de 0,1 kg de dióxido de carbono, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Além disso, a triagem e reciclagem do vidro coletado geram emprego e renda para cerca de 200 famílias parceiras do programa de coleta seletiva. O vidro recolhido é transformado em cacos, que servem de matéria-prima para novas embalagens, economizando recursos naturais e energia.
Resultados expressivos e reconhecimento nacional
Ao longo dos anos, os PEVs ajudaram Florianópolis a recuperar cerca de 50% dos resíduos de vidro gerados, um aumento significativo em relação aos 28% recuperados em 2014. O programa também impulsionou a valorização comercial do vidro no mercado local e inspirou projetos similares em outras cidades do Brasil.
Entre 2020 e 2023, a coleta de vidro pela modalidade PEV e pela coleta porta a porta, iniciada em 2021, mais que triplicou, passando de 1.163 toneladas em 2020 para 3.701 toneladas em 2023.
Desafios e futuro do programa
Apesar dos avanços, a expansão dos PEVs enfrenta desafios logísticos, como a instalação em áreas de difícil acesso. Para superar essas barreiras, Florianópolis estuda novas tecnologias e equipamentos que atendam regiões mais estreitas e de mobilidade reduzida.
Com mais 100 contêineres previstos para 2025, o programa busca aumentar ainda mais a cobertura e garantir que a gestão de resíduos continue sendo uma referência em sustentabilidade.
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