A chegada de grande empreendimentos imobiliários em Alter do Chão preocupa os comunitários, principalmente em razão da supressão vegetal para as construções em plena floresta. Reunião organizada pelo Conselho Gestor de Alter do Chão no Ciam
Victor Ribeiro / Tv Tapajós
Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (28) no Centro de Informação Ambiental (Ciam), em Santarém, oeste do Pará, foi discutida a criação de um plano de uso para a APA Alter do Chão. Na oportunidade, também houve a apresentação de propostas de alteração na lei de licenciamento ambiental, que alinham coletivamente ideias do uso sustentável, proteção e de desenvolvimento das comunidades a partir da construção de novos empreendimentos. A reunião foi organizada pelo Conselho Gestor da APA Alter do Chão.
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Além de membros do Conselho Gestor da APA, estiveram presentes no encontro representantes do Conselho de Desenvolvimento Comunitário da vila de Alter do Chão e da Associação Indígena Borari, Ideflor-Bio e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
“A APA de Alter é uma categoria de uso sustentável. Dentro da categoria de sustentabilidade precisamos trabalhar tanto a proteção do meio ambiente quanto o desenvolvimento da prórpia comunidade. Todo licenciamento, toda atividade que se instala em Alter tem que se comprometer com a preservação ambiental”, observou a técnica do Ideflor-Bio, Omayra Mendonça, que também é membro do Conselho Gestor da APA Alter do Chão.
A chegada de grande empreendimentos imobiliários em Alter do Chão preocupa os comunitários, principalmente em razão da supressão vegetal para as construções em plena floresta.
“Alter do Chão é um distrito diferenciado. Primeiro porque tem a parte cultural, a parte turística e tem a parte ambiental. Hoje, a parte ambienta é a que está sendo mais afetada com relação à falta de compromisso de grandes empreendimentos. Eu acho que todo empreendimento que é realizado em Alter do Chão tem que ter participação da comunidade pra ter uma aprovação melhor. Isso ajuda a evitar danos futuros. A comunidade precisa participar como um ponto definidor”, avaliou o representante do Conselho Comunitário de Alter do Chão, na reunião, Ivan Moreira.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, João Paiva, a ideia da reunião é discutir um plano emergencial de uso da APA de Alter do Chão, que não compreende somente a praia, como também outras comunidades.
“O debate é no sentido que a gente possa fazer um plano mínimo do que eu posso ou do que eu devo construir, pra onde vou expandir dentro da APA. No momento que nós fazemos o debate, a gente tira através de portaria dentro do Conselho uma equipe e convida outras entidades públicas e privadas para participar desse grupo que vai fazer a projeção para que o documento seja apresentado ao Conselho para aprovação”, explicou Paiva.
Uma nova reunião deve ser realizada na segunda-feira (02/12), uma nova reunião deve ser realizada para discussão das propostas apresentadas nesta quinta, desta vez, com a presença de comunitários, para que eles possam opinar sobre o que está sendo proposto em termos de uso do solo de Alter do Chão.
Empreendimento embargado
No dia 6 de novembro, a obra de um empreendimento residencial na área onde funcionava a Escola da Floresta foi embargada pela Semma e pelo Ibama. No local, parte da vegetação foi retirada para a abertura de uma estrada e também para a construção de rampa de acesso para lanchas.
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