Grávida que deu à luz após acidente na Serra da Barriga, AL, reencontra homem que ajudou no resgate


Jacqueline Nunes não conteve as lágrimas ao reencontrar Gidalto de Araújo, um dos voluntários que desceu a ribanceira para fazer o resgate às vítimas. 30 passageiros foram resgatados com vida; 19 morreram. Grávida que deu à luz após acidente em União reencontra homem que a ajudou no resgate
O gesto de coragem e empatia dos voluntários que ajudaram os sobreviventes do acidente com o ônibus que capotou uma ribanceira na Serra da Barriga, em Alagoas, transformou a tragédia em histórias de esperança. Uma delas, a de Jacqueline Nunes, que estava grávida de 8 meses, ganhou mais um capítulo na última terça-feira (26). Ela conheceu o homem que a resgatou, um reencontro emocionante, marcado por lágrimas de gratidão e reconhecimento pelo ato heroico que salvou sua vida e a de seu bebê.
Jacqueline foi uma das 30 pessoas que conseguiram sair com vida do acidente. Outras 19, morreram. As causas do acidente, que aconteceu no domingo (24), ainda são investigadas, mas sobrevivente relatou ter ouvido o barulho de rompimento de mangueira. Moradores da região foram os primeiros a chegar no local e iniciar o trabalho de resgate.
A gestante foi resgatada pelo mestre de capoeirista Gildato de Araújo, conhecido como Mano Gil. O reencontro entre os dois aconteceu na casa dela. Jacqueline e Gil ficaram bastante emocionados.
“Só tenho que agradecer por ter salvado nós dois. Se não fosse você a gente não estaria aqui”, disse a sobrevivente, em meio a lágrimas.
Após ser resgatada, Jacqueline foi levada imediatamente para o Hospital Regional da Mata (HRM) e um parto de emergência foi realizado. O bebê, um menino, nasceu sem complicações e ganhou o nome de Kailan. Mãe e filho receberam alta na última terça.
Reencontro foi de muita emoção
Reprodução/ TV Gazeta
Relatos de momentos difícies
No reencontro, Jacqueline e Gil relembraram momentos do acidente. Ela contou que enquanto o ônibus capotava, a barriga bateu diversas vezes dentro do veículo. Quando finalmente parou, ela se agarrou em uma árvore, notou que o bebê não mexia e achou que ele havia morrido. Jacqueline gritou por ajuda e ficou esperando o socorro.
“Eu a vi debaixo de uma pedra e pedi para que ela tivesse calma enquanto a gente resgatava uma outra criança. Meu filho ficou com ela conversando, pedindo para ela não dormir. O bombeiro a colocou na minhas costas e a gente foi subindo devagar”, relatou Gil.
A subida foi bastante difícil e lenta porque a ribanceira é muito íngreme.
“Todo momento que eu estive naquela ribanceira, ele me deu apoio, falava que iria ficar tudo bem e que eu pesasse no meu filho. Com a ajuda dos bombeiros eu fui puxada. Ele me levantou, me colocou nas costas e me levou até em cima”, relembrou Jacqueline.
Polícia Civil investiga as causas do acidente
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o que causou a queda do ônibus. Testemunhas e sobreviventes começaram a ser ouvidos. Os depoimentos devem ajudar a polícia a esclarecer a dinâmica do acidente. O ônibus transportava 48 pessoas, que seguiam para o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, onde acontecia o projeto Pôr do Sol na Serra.
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O Instituto Médico Legal (IML) identificou todos os mortos do acidente. Até a terça-feira (26), treze corpos foram sepultados.
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