A internet tem seu próprio tribunal, cuja dinâmica segue regras muito próprias. Condutas são julgadas de modo expresso e sem direito a contraditório. É razoável? Não exatamente. Mas é assim que tem funcionado. Às vezes os “condenados” assim o são de modo mais ou menos justo. Às vezes não.
O mais novo episódio neste contexto foi a fala de Ana Paula Minerato, modelo e influencer que, por força de sua polêmica fala, perdeu o posto de musa da escola da samba Gaviões da Fiel e foi demitida da Band. Minerato teria se manifestado de forma racista em relação à cantora Ananda.
A manifestação de Ana Paula foi registrada numa gravação em que a cantora é chamada de “neguinha” e “feia”. A influenciadora ainda teria dito que a artista tem parentes na África e classificado o cabelo dela como “duro”.
Se analisar bem, nego, nega, neguinho, neguinha, são tratamentos carinhosos e populares em muitas regiões do Brasil. Chamar alguém de feio e de ter parentes na África não tem ligação nenhuma com raça ou grupo étnico. E dizer que alguém tem o cabelo “duro” é certamente algo grosseiro, mal educado, porém, seria manifestação de racismo? Agora, ou daqui em diante, a justiça decidirá.
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