Judiciário solicitou perícia de cinzas de churrasqueira da casa. Em delação, réu afirmou que corpos foram queimados no local. Acusados são filha e neto da vítima, Rubem Affonso Heger. Casal desaparecido em Cachoeirinha em 2022 teria sido queimado numa churrasqueira
A Justiça do Rio Grande do Sul cancelou o júri de Cláudia de Almeida Heger e Andrew Heger Ribas, mãe e filho acusados de assassinar o casal Rubem Affonso Heger, de 85 anos, e Marlene dos Passos Stafford Heger, de 53, previsto para ocorrer nesta quarta-feira (27).
A vítima era pai de Cláudia, avô de Andrew e vivia com a companheira em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Relembre o caso em reportagem acima.
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A decisão pelo cancelamento foi tomada após delação premiada obtida pelo Ministério Público (MP), e homologada pela Justiça, em que Andrew afirmou que ele e a mãe queimaram os corpos de Rubem e Marlene na churrasqueira de casa (leia detalhes abaixo). No entendimento do judiciário, antes do júri, é necessária perícia das cinzas recolhidas da churrasqueira e uma nova data só será marcada após o resultado.
A motivação para o crime não está clara, segundo a Polícia. O casal desapareceu em fevereiro de 2022 e, de acordo com a investigação da Polícia Civil, Cláudia, hoje com 51 anos, e Andrew, com 29, foram as últimas pessoas a terem contato comprovado com as vítimas. Os corpos nunca foram encontrados.
Mãe e filho são réus por duplo homicídio qualificado (dissimulação, motivo torpe e traição), ocultação de cadáver, maus-tratos a animal doméstico e fraude processual. Cláudia ainda é acusada de desacato, enquanto Andrew também responde por resistência à abordagem policial.
Cláudia está presa preventivamente em uma penitenciária na Região Metropolitana. Já Andrew está internado no Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre, por ser considerado inimputável em razão de uma doença.
Rubem deixou dois filhos, além de Cláudia, enquanto Marlene tinha outros dois filhos de outro relacionamento.
Entenda o caso e a delação
Rubem Heger e Marlene Heger, casal que desapareceu em Cachoeirinha
Reprodução
O crime teria acontecido em 27 de fevereiro de 2022. Conforme a Polícia Civil, Cláudia e Andrew foram de Canoas, onde viviam, à cidade vizinha de Cachoeirinha para almoçar com Rubem e Marlene.
Na época, em depoimento à polícia, Cláudia contou que teria levado o pai e a companheira dele para passar alguns dias em Canoas. Ela disse ainda que saiu de casa para ir até uma unidade de saúde e que, ao voltar, não teria encontrado mais o casal.
Na delação, Andrew contou como teria sido a dinâmica do crime. Ele disse ter visto o avô e a companheira adormecendo no sofá da casa em Cachoeirinha e que os corpos teriam sido retirados do local por Cláudia.
Na fase de investigações, ainda em 2022, a polícia informou que a ré colocou colchões nas portas da garagem da casa de Cachoeirinha a fim de bloquear a visão de quem passava pela rua. A ação foi registrada por câmeras de segurança.
Já em Canoas, aponta a delação de Andrew, os corpos foram colocados em uma churrasqueira e ficaram queimando, com lenha e carvão, ao longo de 36 horas. O réu ainda relatou que as cinzas e os restos mortais das vítimas teriam sido jogados em uma região de mata perto do Rio Gravataí.
Em maio de 2022, quase três meses após o desaparecimento, Claudia e Andrew foram presos e indiciados pela policia.
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e é necessária perícia das cinzas recolhidas uma nova data para o júri será marcada