Aamir QURESHI
Quatro integrantes das forças de segurança do Paquistão morreram nesta terça-feira (26) durante um protesto que exigia a libertação do ex-primeiro-ministro Imran Khan, uma manifestação que avança em direção a Islamabad, informou o governo.
Apesar da proibição de concentrações públicas desde a semana passada, os simpatizantes de Khan, armados com paus e estilingues, estavam a menos de 10 quilômetros de um edifício governamental da capital que pretendem ocupar para exigir a libertação de seu líder.
O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, disse que quatro membros de uma força paramilitar morreram em um ataque de “criminosos” em uma rodovia que leva ao setor de prédios governamentais da cidade.
O primeiro-ministro Shehbaz Sharif disse que os agentes morreram “atropelados por um veículo”. “Estes elementos disruptivos não buscam a revolução, e sim um banho de sangue”, afirmou em um comunicado.
“Isto não é um protesto pacífica, é extremismo”, acrescentou.
Na segunda-feira, o governo anunciou a morte de um agente das forças de segurança e nove pessoas gravemente feridas em dois dias de confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes que avançam em direção a Islamabad.
Khan, um político popular e ex-jogador de críquete, preso desde agosto de 2023, não foi autorizado a disputar as eleições de fevereiro devido a uma série de acusações, que vão de casamento ilegal até corrupção ou incitação a distúrbios.
Desde então, seu partido Tehreek-e-Insaf (PTI) desafia o governo com manifestações frequentes, nas quais convoca seus seguidores a ocuparem espaços públicos em Islamabad e outras grandes cidades.
Desde sábado (23), a capital tem um grande dispositivo de segurança, com cortes esporádicos na internet e mais de 20.000 policiais mobilizados.
A principal exigência do PTI é a libertação de Khan, que foi primeiro-ministro entre 2018 e 2022, mas o partido também protesta contra uma suposta fraude nas eleições de fevereiro e uma recente emenda constitucional do governo que dá mais poder aos tribunais.
Khan foi destituído por uma moção de censura após entrar em conflito com a cúpula militar que, segundo os analistas, é quem determina o avanço e a queda dos políticos no Paquistão.