Áudio revela que Mauro Cid discutiu prazo para tentativa de golpe

Mauro Cid também comentou sobre as greves dos camiões após eleiçõesAgência Brasil

Em áudio obtido pela Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a “consumação” de um suposto golpe de Estado deveria ocorrer “antes do dia 12”, em referência à data de diplomação de Lula e Geraldo Alckmin pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  As informações foram divulgadas pela CNN.

“Pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. Mas ele tem essa personalidade às vezes, né. Ele espera, espera, pra ver até onde vai. E o tempo está curto, né, não dá para esperar muito mais passar. Teria que ser antes do dia 12. Com certeza, não vai acontecer nada”, disse Cid em mensagem ao general Mario Fernandes, preso e indiciado pela PF na semana passada.  

Pedido de apoio às forças armadas 

O áudio foi uma resposta a uma pergunta de Fernandes, que relatava suas tentativas de mobilizar forças militares e pediu apoio direto de Bolsonaro:  

“E Cid, o segundo ponto é o seguinte, eu estou tentando agir diretamente junto às forças (armadas), mas, pô, se tu pudesse pedir para o presidente ou para o gabinete do presidente atuar. Pô, a gente tem procurado orientar tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG. E hoje chegou para a gente que parece que existe um mandado de busca e apreensão do TSE, não, do Supremo, em relação aos caminhões que estão lá” 

Os caminhoneiros em questão se tratava das greves em todo em várias partes do Brasil, após as eleições. Após o áudio, o ex-ajudante de ordem responde que iria comentar com o Bolsonaro e que ninguém iria interferir, já que a manifestação era pacífica.

De acordo com a Polícia Federal, em dezembro de 2022, Mario Fernandes começou a demonstrar abertamente suas intenções antidemocráticas, enviando mensagens de áudio a Mauro Cid. A PF interpretou as mensagens e pressões como tentativas de viabilizar um golpe de Estado.  

Os dois militares foram indiciados por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. A reportagem busca ouvir a defesa dos envolvidos. 

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