Caso, inicialmente registrado como suicídio, teve reviravolta. O então namorado da vítima foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e aguarda julgamento em liberdade Justiça por Carol
O Fantástico teve acesso com exclusividade às imagens das câmeras de segurança que registraram a morte da advogada Carolina Guimarães, há dois anos, em Belo Horizonte.
Tratado inicialmente como suicídio, o caso teve uma reviravolta quando o então namorado, de Carolina, o também advogado Raul Lages, foi acusado de homicídio triplamente qualificado. Ele espera o julgamento em liberdade.
Para a família e amigos, a versão de suicídio nunca fez sentido. E o irmão de Carolina, o também advogado Demian Magalhães, começou a recolher provas logo após o crime.
“Na noite do crime, a polícia não foi até a portaria onde fica a tela com o gravador das câmeras para pedir acesso. No dia seguinte do falecimento dela, eu fui à portaria do prédio e pedi esse acesso. Essa foi a primeira vez que a gente viu a sequência dos fatos e viu que a versão que ele tinha apresentado não batia com a realidade”, conta o irmão da vítima.
Segundo as imagens obtidas pela reportagem, no dia 8 de junho de 2022, o desenrolar dos fatos aconteceu da seguinte maneira:
Raul e Carol entram no elevador as 19h31;
Uma hora depois, Raul desce de bermuda e camiseta para pegar comida. Volta em cinco minutos.
Às 21h11, Lucas e Vitor (filhos de Carolina) deixam o apartamento da mãe para assistir a um jogo de futebol em um bar perto de casa;
Às 23h10 é possível ver que o sensor da câmera da área de lazer do prédio acende.
Um minuto depois, o porteiro vai até o local e se aflige ao ver o corpo no chão.
À 23h14, quando Carolina já estava morta, o elevador estava parado na portaria. E é acionado para o 8º andar.
Raul Lages entra com as roupas trocadas, de terno, com uma mochila e duas sacolas, aparentemente pesadas.
Ele vai em direção à portaria e ao tentar sair do prédio encontra o porteiro desorientado, que o leva até o local onde o corpo está caído.
Cerca de um minuto depois, Raul Lages sai falando ao celular, coloca as sacolas no porta-malas do carro que estava estacionado na rua e arranca.
Uma ambulância chega. Nesse momento, Raul estaciona o carro e resolve voltar.
Às 23h20, os dois filhos de Carolina entram no prédio e se desesperam ao saber da morte da mãe.
Para a polícia, Raul teve tempo suficiente para tentar esconder o cenário de violência. Ele trocou a roupa de cama, passou pano para tirar as manchas de sangue e colocou tudo pra lavar. Ele também recolheu todas as roupas dele que estavam no apartamento e ainda pegou o pedaço cortado da tela de proteção, jogou na lixeira e guardou a tesoura na gaveta da cozinha.
“Todos esses elementos demonstraram claramente que, primeiro, ele não estava dentro do elevador quando o corpo veio ao solo e, segundo, houve sim uma briga ali, houve uma agressão física cometida por ele, ele chegou a arremessar a cabeça dela ao solo no chão. Em razão dessa agressão, não foi possível determinar se ela faleceu naquele momento ou em razão da queda, porém sabe-se que no mínimo ela desmaiou com aquela queda e então ela foi jogada pela janela da sala”, afirma Iara França Camargos, delegada do caso.
Para a família, Raul Lages poderia ter sido preso em flagrante ali mesmo, se a polícia militar tivesse solicitado as câmeras de segurança do prédio e vistoriado as sacolas.
Em nota, a polícia militar de MG disse que “todas as informações colhidas, preliminarmente, no local do fato, foram registradas em boletim de ocorrência e encaminhadas à Polícia Civil para as devidas apurações e providências cabíveis.”
Em nota, o advogado de Raul Lages diz que seu cliente é inocente e insiste que foi suicídio.
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Para a família e amigos, a versão de suicídio nunca fez sentido. E o irmão de Carolina, o também advogado Demian Magalhães, começou a recolher provas logo após o crime.
“Na noite do crime, a polícia não foi até a portaria onde fica a tela com o gravador das câmeras para pedir acesso. No dia seguinte do falecimento dela, eu fui à portaria do prédio e pedi esse acesso. Essa foi a primeira vez que a gente viu a sequência dos fatos e viu que a versão que ele tinha apresentado não batia com a realidade”, conta o irmão da vítima.
Segundo as imagens obtidas pela reportagem, no dia 8 de junho de 2022, o desenrolar dos fatos aconteceu da seguinte maneira:
Raul e Carol entram no elevador as 19h31;
Uma hora depois, Raul desce de bermuda e camiseta para pegar comida. Volta em cinco minutos.
Às 21h11, Lucas e Vitor (filhos de Carolina) deixam o apartamento da mãe para assistir a um jogo de futebol em um bar perto de casa;
Às 23h10 é possível ver que o sensor da câmera da área de lazer do prédio acende.
Um minuto depois, o porteiro vai até o local e se aflige ao ver o corpo no chão.
À 23h14, quando Carolina já estava morta, o elevador estava parado na portaria. E é acionado para o 8º andar.
Raul Lages entra com as roupas trocadas, de terno, com uma mochila e duas sacolas, aparentemente pesadas.
Ele vai em direção à portaria e ao tentar sair do prédio encontra o porteiro desorientado, que o leva até o local onde o corpo está caído.
Cerca de um minuto depois, Raul Lages sai falando ao celular, coloca as sacolas no porta-malas do carro que estava estacionado na rua e arranca.
Uma ambulância chega. Nesse momento, Raul estaciona o carro e resolve voltar.
Às 23h20, os dois filhos de Carolina entram no prédio e se desesperam ao saber da morte da mãe.
Para a polícia, Raul teve tempo suficiente para tentar esconder o cenário de violência. Ele trocou a roupa de cama, passou pano para tirar as manchas de sangue e colocou tudo pra lavar. Ele também recolheu todas as roupas dele que estavam no apartamento e ainda pegou o pedaço cortado da tela de proteção, jogou na lixeira e guardou a tesoura na gaveta da cozinha.
“Todos esses elementos demonstraram claramente que, primeiro, ele não estava dentro do elevador quando o corpo veio ao solo e, segundo, houve sim uma briga ali, houve uma agressão física cometida por ele, ele chegou a arremessar a cabeça dela ao solo no chão. Em razão dessa agressão, não foi possível determinar se ela faleceu naquele momento ou em razão da queda, porém sabe-se que no mínimo ela desmaiou com aquela queda e então ela foi jogada pela janela da sala”, afirma Iara França Camargos, delegada do caso.
Para a família, Raul Lages poderia ter sido preso em flagrante ali mesmo, se a polícia militar tivesse solicitado as câmeras de segurança do prédio e vistoriado as sacolas.
Em nota, a polícia militar de MG disse que “todas as informações colhidas, preliminarmente, no local do fato, foram registradas em boletim de ocorrência e encaminhadas à Polícia Civil para as devidas apurações e providências cabíveis.”
Em nota, o advogado de Raul Lages diz que seu cliente é inocente e insiste que foi suicídio.
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