Mentes Digitais – A Era da Inteligência Artificial: grande salto da computação começou com os videogames


Na nova série vai mostrar como tudo começou na inteligência artificial. O vencedor do Prêmio Nobel de Física Geoffrey Hinton contou como os chips de videogames foram importantes no desenvolvimento da tecnologia. Mentes Digitais: Fantástico estreia série sobre Inteligência Artificial
Nesta nova série, os repórteres do Fantástico foram ao Canadá, à China e aos Estados Unidos para contar como cientistas começaram a criar máquinas pensantes décadas atrás. Quais são as pesquisas mais avançadas no presente. E as promessas e riscos da tecnologia para o futuro.
Após mais de cem sugestões para o nome da série especial, que terá quatro episódios, a equipe fez uma seleção, deu uma mexida e o nome finalmente foi escolhido: Mentes Digitais, a Era da Inteligência Artificial.
Na Califórnia, conversamos com o cientista da computação Kai Fu Lee. Nascido em Taiwan, ele conhece como poucos os bastidores da inteligência artificial. E mesmo esse escritor e investidor, que mora em Pequim, e circula pelos dois maiores centros de inteligência artificial –China e Estados Unidos– anda impressionado com as novidades.
“Em muitas áreas, as máquinas já mostram mais inteligência do que nós”, relata Kai
Empresário Kai Fu conhece como poucos os bastidores da inteligência artificial
TV Globo
💻♟️ Embate entre máquina x homem
Esse avanço das máquinas chegou para o grande público em 11 de maio de 1997. O dia em que a Terra parou para ver xadrez. O super computador Deep Blue com 500 processadores enfrentava o genial campeão do mundo: Garry Kasparov. Um ano antes, em seis partidas, tinha dado Kasparov: quatro a dois. Mas, agora, era um Deep Blue muito mais inteligente, capaz de calcular 200 milhões de lances por segundo. E assim, bilhões de pessoas ficaram conhecendo uma novidade muito poderosa: a “inteligência artificial”.
Super computador Deep Blue enfrentava o genial campeão de xadez Garry Kasparov
Reprodução TV Globo
O ex-campeão escreveu um livro sobre as partidas. Ele revela o estresse e a desconfiança de que, em segredo, grandes mestres ajudavam o adversário. Mas guardou um sentimento de pioneirismo.
“As máquinas nos ajudaram a ser melhores, mais rápidos e mais fortes. Então as máquinas inteligentes também vão nos ajudar a ser mais inteligentes”, conta Kasparov.
Garry Kasparov fala sobre a importância do avanço da tecnologia
Reprodução TV Globo
🤷‍♀️🤷‍♂️ Como começou a Inteligência Artificial?
A história da inteligência artificial é muito mais antiga do que o Deep Blue . O primeiro a sonhar com ela foi o inglês Alan Turing, o gênio que decifrou os códigos nazistas. Em 1950, ele já perguntava se as máquinas conseguiam pensar.
Nos Estados Unidos, um jovem cientista da universidade de Dartmouth, chamado John Mccarthy, criava a expressão ‘inteligência artificial’. E, em 1956, ele tomou uma decisão de reunir um grupo de cientistas notáveis no verão de 1956 para avançar o campo, o novo campo da inteligência artificial.
Após 41 anos, a inteligência artificial alternava euforia e desânimo. Até que a vitória do Deep Blue sobre Kasparov deu um gás na área. Mas aquela ainda era uma inteligência artificial ‘meio burra’. Porque era preciso dar muitas instruções para o computador. Como explica esse engenheiro, autor premiado e investidor em novas tecnologias, Guy Perelmuter.
“Para o Deep Blue, o mundo é você me dá os dados, que são as peças no tabuleiro, me dá as regras”, lembrou Guy.
Guy Perelmuter comenta o avanço da inteligência artificial
Reprodução TV Globo
O tempo passou e o grande avanço para uma inteligência artificial mais ‘inteligente’ aconteceu 15 anos depois, em 2012, num concurso em que computadores eram desafiados a identificar objetos em fotografias. Ali tem um gato, ali tem uma boneca.
“É uma tarefa que para seres humanos é absolutamente trivial, mas que para máquinas é extremamente difícil”, disse Guy.
No Canadá, o professor Geoffrey Hinton chefiava um dos times concorrentes, que usava um tipo de inteligência artificial chamada Deep Learning. Em que, de certa maneira, a máquina aprende sozinha.
“Sempre me interessei pelo funcionamento do cérebro, e é claro que o cérebro não funciona com linhas de programa de computador. Ele funciona aprendendo. E com dados”, contou Geoff.
Professor Geoffrey Hinton conta que sempre se interessou pelo funcionamento do cérebro
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🐈 O pulo do gato na tecnologia
Pelo menos desde os anos 1960, os cientistas sabiam que o aprendizado profundo era possível. Mas a técnica só decolou mesmo quando surgiu a internet com todas as imagens e textos do mundo pra inteligência artificial aprender: o que é um gato, uma boneca. E muito mais, claro. E também com a criação dos chips de videogames, bem mais possantes do que os de computadores comuns.
O ‘pulo do gato’ era botar aquele montão de informações da internet nos computadores turbinados com chips de videogames. Deu certo! Eles ganharam o concurso de identificação de imagens.
“Esse era o melhor processador pra videogame da época, por volta de 2011. Usamos pra rodar os nossos programas e funcionou muito bem. Tanto que decidi guardar, como uma peça de museu, porque eu sabia que o Jeff ia ficar famoso”, contou John.
Os chips até hoje estão no coração da inteligência artificial. Por exemplo, nesses sistemas atuais que a gente conversa e eles atendem as comandos. Tudo de um jeito tão natural que parecem humanos.
E o impacto de tudo isso está sendo tão grande que Geoff Hinton ficou famoso: ganhou, este ano, o Prêmio Nobel de Física. Ele contou que não tinha a menor ideia de que seria premiado: “Não tinha a menor ideia de que ia ganhar, fiquei muito surpreso.”
Nossa série continua nas próximas três semanas! No Brasil, no Canadá, nos Estados Unidos e na China. No próximo episódio, que tal prever uma doença muitos anos antes dos sintomas? E criar remédios que a mente humana não conseguiria?
E ainda vem muito mais: robôs, drones, o futuro incerto da espécie humana e dos empregos! Nos próximos três domingos, você tem um encontro marcado, aqui, na série mentes digitais, a era da inteligência artificial.
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