Hezbollah dispara mais de 180 foguetes contra Israel após ataques que deixaram 29 mortos em Beirute


Bombardeios em diferentes cidades deixaram pelo menos 7 feridos. Exército israelense disse que alguns dos projéteis disparados neste domingo foram interceptados. Esquadrão antibombas da polícia de Israel inspeciona local depois que um míssil disparado do Líbano atingir área em Petah Tikva
AP Photo/Oded Balilty
O grupo extremista Hezbollah disparou pelo menos 185 foguetes e outros projéteis contra Israel neste domingo (24), ferindo sete pessoas, no maior bombardeio do grupo em vários dias.
O ataque foi uma resposta ao bombardeio israelense que deixou 29 mortos em Beirute no sábado (23), enquanto negociadores se esforçam para um acordo de cessar-fogo que interrompa a guerra.
O exército israelense disse que alguns dos projéteis disparados neste domingo foram interceptados.
O serviço de resgate de Israel citou pelo menos sete feridos, incluindo um homem de 60 anos em estado grave, após disparos de foguetes no norte do país, e um homem de 23 anos levemente ferido por uma explosão na cidade central de Petah Tikva.
Em Haifa, um foguete atingiu um prédio residencial que agora corre risco de desabamento, segundo a polícia. Não está claro se os ferimentos ou os danos foram causados por foguetes ou interceptadores.
Sirenes soaram novamente no centro e norte de Israel horas depois.
Ataques de Israel mataram 29 pessoas em Beirute
Ataques aéreos israelenses sem aviso prévio no sábado atingiram o centro de Beirute, matando pelo menos 29 pessoas e ferindo 67, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.
Fumaça tomou conta dos céus de Beirute novamente neste domingo após novos ataques. O exército israelense disse que teve como alvo centros de comando do Hezbollah nos subúrbios ao sul de Dahiyeh, onde os militantes têm uma forte presença.
Enquanto isso, um ataque israelense a um centro do exército libanês matou um soldado e feriu outros 18 na estrada costeira sudoeste entre as cidades de Tiro e Naqoura, disseram os militares do Líbano.
Os militares de Israel expressaram pesar e disseram que o ataque ocorreu em uma área de combate contra o Hezbollah, acrescentando que suas operações são direcionadas exclusivamente contra os militantes do grupo.
Ataques israelenses mataram mais de 40 militares libaneses desde o início da guerra entre Israel e o Hezbollah, mesmo com as Forças Armadas do Líbano se mantendo, em grande parte, à margem do conflito.
O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, condenou o bombardeio israelense como um ataque aos esforços de cessar-fogo liderados pelos Estados Unidos, classificando-o como uma “mensagem direta e sangrenta rejeitando todos os esforços e contatos” para acabar com a guerra.
Mais de 3.700 libaneses morreram em ataques
O Hezbollah começou a disparar foguetes, mísseis e drones contra Israel depois do início da guerra entre o governo israelense e o Hamas, em outubro de 2023. Segundo o Hezbollah, esses ataques são um ato de solidariedade aos palestinos e ao Hamas. O Irã apoia ambos os grupos armados.
Em setembro, o conflito de baixa intensidade explodiu em guerra quando Israel lançou ondas de ataques aéreos em várias partes do Líbano e matou o principal líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, além de outros comandantes importantes.
Ataques israelenses já mataram mais de 3.700 pessoas no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde do país. Os combates deslocaram cerca de 1,2 milhão de pessoas, ou um quarto da população do Líbano.
Do lado israelense, cerca de 90 soldados e quase 50 civis foram mortos por bombardeios no norte de Israel, e em batalha, após a invasão terrestre que Israel executou no início de outubro. Cerca de 60 mil israelenses foram deslocados do norte do país.
Enviado da UE pede pressão por cessar-fogo
O governo norte-americano de Joe Biden passou meses tentando intermediar um cessar-fogo, e o enviado dos EUA, Amos Hochstein, esteve na região na semana passada.
O principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, pediu neste domingo mais pressão sobre Israel e o Hezbollah para que as partes cheguem a um acordo.
Borrell fez a declaração após se reunir com Mikati, primeiro-ministro interino do Líbano, e o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do Hezbollah que tem atuado como mediador com o grupo.
Borrell disse que a UE está pronta para alocar 200 milhões de euros para ajudar os militares libaneses, que enviariam forças adicionais para o sul do país.
O acordo abriria caminho para a retirada dos militantes do Hezbollah e das tropas israelenses do sul do Líbano, abaixo do rio Litani, de acordo com a resolução do Conselho de Segurança da ONU que encerrou a guerra que durou um mês em 2006. As tropas libanesas patrulhariam a área, com a presença de forças de paz da ONU.
O exército do Líbano reflete a diversidade religiosa do país e é respeitado como uma instituição nacional, mas não tem capacidade militar para impor sua vontade ao Hezbollah ou resistir à invasão de Israel.
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