Trump escolhe gestor de fundos Scott Bessent como secretário do Tesouro

O gestor de fundos hedge Scott Bessent foi indicado pelo presidente eleito Donald Trump para comandar o Departamento do Tesouro dos Estados UnidosDREW ANGERER

Drew Angerer

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta sexta-feira (22) o gestor de fundos de investimento Scott Bessent como secretário do Tesouro, um cargo-chave para a execução da sua política fiscal.

Bessent, CEO do Key Square Group, defende uma extensão dos cortes de impostos do primeiro governo Trump, a reafirmação do domínio energético americano e o enfrentamento do déficit orçamentário.

“Scott é amplamente respeitado como um dos maiores investidores internacionais e estrategistas geopolíticos e econômicos do mundo”, disse Trump em comunicado.

“Ele vai me ajudar a inaugurar uma nova Era de Ouro para os Estados Unidos, na medida em que fortalecemos nossa posição como a principal economia do mundo”, afirmou o presidente eleito, acrescentando que Bessent também ajudaria a “revigorar o setor privado e a conter o caminho insustentável da dívida federal”.

A indicação do investidor — que atuou recentemente como assessor econômico de Trump — o colocaria em um cargo-chave para a execução do plano econômico do presidente eleito, desde a aprovação de cortes de impostos no Congresso até a gestão das relações com países como a China.

O cargo tem influência tanto sobre a política doméstica quanto a externa, mas sua escolha ainda precisa ser ratificada pelo Senado.

Com Trump prometendo tarifas abrangentes sobre aliados e adversários, todos os olhos estarão voltados para como seu novo secretário do Tesouro vai equilibrar o apoio a esses esforços e as tensões comerciais crescentes que podem abalar a economia global.

O Tesouro americano tem como atribuição supervisionar uma série de departamentos, que vão desde as finanças federais até a supervisão bancária. A pasta também supervisiona as sanções dos Estados Unidos.

Em tempos recentes, Bessent defendeu uma reforma tributária e a desregulação da economia para estimular o crescimento.

Em uma coluna de opinião publicada no Wall Street Journal, o investidor disse que isso seria a chave para “dar uma nova partida no motor de crescimento americano” e ajudar a manter os preços sob controle.

– ‘Totalmente’ a favor de Trump –

Bessent também defendeu a posição do presidente eleito sobre comércio, ao afirmar no programa de rádio de Roger Stone — um lobista e aliado de Donald Trump — que ele deseja o livre-comércio, mas ressaltou que “não tivemos um comércio justo, não tivemos comércio recíproco”.

Este mês, Bessent classificou as tarifas como “uma ferramenta de negociação com nossos parceiros comerciais” em um artigo de opinião para a Fox News, acrescentando que era “um meio para finalmente defender os americanos”.

Nascido na Carolina do Sul, Bessent estudou na Universidade de Yale e atuou como diretor de investimentos da Soros Fund Management, a empresa de investimentos macroeconômicos do bilionário George Soros.

Em 2015, ele levantou capital, incluindo US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões, na cotação atual) de Soros, para iniciar seu próprio fundo hedge.

Em sua entrevista a Roger Stone, Bessent disse que conhece a família do ex-presidente há 30 anos e mantinha uma relação de amizade com seu irmão.

“Eu estava totalmente a favor do presidente Trump. Eu era uma das poucas pessoas de Wall Street que o apoiavam”, contou ele a Stone.

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